Uma legião vinda do inferno. (Que esplendor é esse?): vagabundos, outsiders e outras figuras marginais na obra de António Lobo Antunes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fonseca, Carlos Henrique [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192950
Resumo: Este trabalho tem como proposta o estudo de três obras do escritor português António Lobo Antunes: O conhecimento do inferno (1980), O esplendor de Portugal (1997) e O Meu nome é Legião (2007). No conjunto destes romances, destaca-se a relação entre Portugal e África, desde o período imediatamente posterior ao fim da Guerra Colonial aos dias atuais. A condição das personagens, respectivamente, um médico dividido entre o “inferno” da guerra e do hospital psiquiátrico, uma família dilacerada pelos conflitos em solo africano, nos anos da guerra civil em Angola e moradores dos bairros de lata da atual periferia de Lisboa, possibilita uma leitura diacrônica da marginalidade e do abandono que atingem, contemporaneamente, e de diferentes formas, os herdeiros da problemática relação entre metrópole e colônia, reduzidos à condição de “vagabundos”, outsiders ou outras figuras marginais. No estudo da reiteração e da maneira como são construídas estas personagens, dos discursos produzidos por elas e sobre elas e das situações de extrema violência que as mesmas vivenciam, busca-se deslindar os pontos de conexão entre os três romances e analisar o desenvolvimento e consolidação da escrita antuniana, as recorrências e os desdobramentos temáticos, bem como a maturação de suas estratégias narrativas e discursivas. Constituem eixos da presente análise, a relação entre os conceitos de personagem e pessoa; a historicidade da produção ficcional do autor, que apresenta hoje um contundente retrato de Portugal das últimas décadas e, nesta visada diacrônica, a relação dos romances constitutivos deste corpus de pesquisa com os conceitos de pós-modernismo, pós-colonialismo e hipercontemporaneidade, capaz de contribuir com os estudos sobre a relação entre literatura e sociedade.