Saúde do trabalhador na atenção primária à saúde: estudo de caso em um município na região metropolitana de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Vello, Lais Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6139/tde-24112015-110015/
Resumo: A atenção integral à saúde do trabalhador é competência do Sistema de Saúde, a qual visa não somente ações reparadoras, mas, sobretudo a promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos, segundo as normas brasileiras. No Sistema Único de Saúde (SUS) a Atenção Primária à Saúde tem o papel de coordenadora do cuidado, a partir dela o usuário é direcionado a serviços especializados quando esgotam as suas possibilidades de cuidado. Para as questões relativas à relação trabalho-saúde existem serviços especializados na rede, como os Centros de Referencia em Saúde do Trabalhador. Contudo, a Saúde do Trabalhador (ST) é uma área complexa, com política recente no SUS, carregada de conflitos, dúvidas e desafios. Diante disso, se faz necessário realizar investigações que contribuam com subsídios técnico-científicos, a partir da compreensão da realidade da organização de redes de saúde, para a identificação e o enfrentamento de problemas no contexto da saúde do trabalhador. O objetivo é analisar a incorporação de ações de Saúde do Trabalhador na rede de Atenção Primária à Saúde em um município de médio porte na região metropolitana da capital do estado de São Paulo. Desenvolveu-se um estudo qualitativo, no qual foram realizadas entrevistas com gestores da Secretaria Municipal de Saúde e utilizou-se um questionário auto aplicativo para a coleta de dados com profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS). A taxa de adesão de questionários respondidos pelos funcionários das UBS do município foi de 40,76 por cento . As categorias profissionais que obtiveram uma maior e menor participação na pesquisa foram, respectivamente, os agentes comunitários de saúde e a categoria médica. Quarenta e oito por cento entre todos os profissionais relataram que identificaram algumas vezes agravos à saúde relacionados ao trabalho, entretanto 50 por cento da categoria médica informaram nunca terem identificado tais agravos. As mais referidas ações de Saúde do Trabalhador realizadas nas UBS foram notificações epidemiológicas. E os agravos relacionados ao trabalho mais comumente atendidos foram lesões por esforço repetitivo e traumas. A partir dos dados obtidos, pode-se concluir que a ST é um campo cheio de desafios. Embora existam várias legislações que vigorem na ST, ainda há incertezas em quando e como referenciar o usuário-trabalhador, bem como estabelecer um nexo causal entre a patologia e a ocupação do trabalhador. Diante disso, estabelecer alternativas para uma comunicação atualizada entre os serviços da rede de saúde e oferecer capacitações periódicas, podem contribuir para que os profissionais da saúde aprimorem a atenção ao usuário-trabalhador e considerem de fato o trabalho como fator determinante do processo saúde-doença.