Dores e sabores do trabalho na atenção primária à saúde: experiência pedagógica de vigilância em saúde do trabalhador da saúde em uma unidade de atenção primária à saúde do Município de Fortaleza, CE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Loureiro, Vânia Maria Araújo
Orientador(a): Hennington, Lúcia Rotenberg e Élida A
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37355
Resumo: A questão que norteou esta pesquisa foi: escutar, refletir e discutir sobre os sabores e dissabores da produção do cuidado seriam suficientes para a mobilizar e agregar trabalhadores de uma UAPS num movimento coletivo e multiprofissional para a construção de um produto de caráter interventivo, com vistas à melhoria das condições de saúde e trabalho? Assim, o estudo teve por objetivo instrumentalizar trabalhadores e trabalhadoras de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) para a construção de um plano de ação em vigilância em saúde do trabalhador, plausível de implantação em seu local de trabalho. Para atingir este objetivo, foi planejado, elaborado e executado, em 2018, o ‘Curso Introdutório de Vigilância em Saúde do Trabalhador da Saúde: uma abordagem dialogada com trabalhadores da Atenção Primária’. Participaram 33 trabalhadores de várias categorias profissionais de uma UAPS. O Curso contou com quatro encontros presenciais e atividades na dispersão, que incluíram trabalhadores que não estavam inscritos no curso por meio de enquetes sem identificação. As atividades se inspiraram nas etapas de um processo de Planejamento Estratégico Situacional, sem, contudo, se ater ao rigor metodológico. No Módulo I - O mundo do trabalho na APS, os participantes refletiram e discutiram sobre as emoções (sabores/prazeres e dissabores/sofrimentos/dor) de trabalhar na APS. No Módulo II, Elaboração do Plano de Ação de Vigilância em Saúde do Trabalhador da Saúde - 1ª etapa, se iniciou o passo a passo para a elaboração do plano, considerando os dissabores como os problemas do cotidiano. Estes foram priorizados, utilizando a ferramenta da matriz de priorização de problemas do sistema de saúde – RUF-V, seguida da discussão sobre suas causas e consequências. No módulo III, Elaboração do Plano de Ação de Vigilância em Saúde do Trabalhador da Saúde – 2ª. Etapa, foram elaborados as propostas, as metas, indicadores, fonte de verificação, prazo, responsável e parceiros. No módulo IV, Fim da elaboração do Plano de Ação de Vigilância em Saúde do Trabalhador da Saúde, foi vista a necessidade de fortalecer o envolvimento dos planejadores com a execução do plano, que foi retrabalhado mediante a ferramenta 5w3h, que considera o que deve ser feito, por que, quem fará, quando, em que setor/área, como fará, custos e indicadores. Realizou-se uma pesquisa de opinião para validar a experiência pedagógica para utilização em outros serviços da Rede SUS e foi composta a Comissão de Saúde da UAPS, para ficar à frente da implantação do plano. Em setembro/2018, com o comparecimento de membros da Comissão, foi feita a devolutiva para a gestora, que posteriormente apresentou a elaboração do Plano e a Comissão como uma experiência exitosa da UAPS, em um evento do Município de Fortaleza. A experiência cumpriu o objetivo pretendido, esperando-se que possa ser replicada em outras unidades do setor de saúde de Fortaleza. O CEREST acompanha o desenvolvimento, adaptações e ajustes do plano. Avalia-se que a questão norteadora do estudo pode ser respondida afirmativamente, pois a elaboração de um Plano de Ação pelos trabalhadores parece ser viável, além de necessária. Cabe aos profissionais da saúde, e, em especial, aos dos CERESTs, dar continuidade ao processo, envolvendo o controle social, rumo à formulação de uma Política Municipal de Saúde do Trabalhador da Saúde com o reconhecimento e manutenção de comissões locais de Saúde.