Estado nutricional de iodo entre gestantes usuárias da rede pública de saúde do município de Ribeirão Preto, São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Momentti, Ana Carolina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17162/tde-17102023-105119/
Resumo: Introdução: A ingestão insuficiente de iodo na gestação pode repercutir em agravos à saúde materno-infantil. Revisões sistemáticas recentes evidenciam alta prevalência de insuficiência iódica entre gestantes e sua associação com fatores sociodemográficos, econômicos, de saúde e de consumo alimentar. Objetivo: Avaliar o estado nutricional de iodo e fatores associados entre gestantes usuárias da rede pública de saúde do município de Ribeirão Preto, SP. Casuística e métodos: Estudo transversal com 266 gestantes recrutadas em unidades de saúde do município de Ribeirão Preto. Dados socioeconômicos e demográficos, obstétricos e de saúde, hábitos de aquisição, armazenamento e consumo de sal iodado, e de consumo alimentar foram coletados, além de amostras de urina, sal e tempero domiciliar, e água de consumo. A concentração de iodo urinário (CIU) foi determinada por ICP-MS, e a amostra classificada em: estado nutricional de iodo insuficiente (<150 &micro;g/L), adequado (150-249 &micro;g/L) e acima do adequado (&ge;250 &micro;g/L). O teor de iodo no sal foi classificado de acordo com a RDC n. 23/2013 em conforme (15-45 mg/kg de sal) e não conforme (<15 mg/kg de sal e >45 mg/kg de sal). Para a regressão logística multinomial, utilizou-se o método backward. Os resultados estão apresentados como odds ratio e intervalos de confiança de 95%. Resultados: A CIU entre gestantes foi de 180,2 &micro;g/L (Q1= 112,8; Q3= 262,7). Foi detectado 38% de insuficiência de iodo, 34,2% de adequação, e 27,8% de ingestão de iodo acima do adequado. O teor médio de iodo nas amostras de sal foi de 31,4 ± 15,7 mg/kg, e 71,8% das amostras estavam em conformidade com a resolução vigente. O consumo de álcool (OR=6,59; IC 95% 1,24-34,87; p=0,02) e o uso semanal de tempero industrializado (OR=3,68; IC 95% 1,12-12,11; p=0,03) são fatores de risco para CIU <150&micro;g/L. O sal armazenado em recipiente aberto (OR=0,22; IC 95% 0,08-0,57; p=0,002) é fator protetor para CIU <150&micro;g/L. Conclusão: Foi observada coexistência de proporções expressivas de insuficiência, bem como de ingestão de iodo acima do adequado entre gestantes. Hábitos de armazenamento e consumo do sal iodado e fontes alternativas a este foram associados ao estado nutricional de iodo insuficiente. Os programas de iodação do sal devem ser revistos, ampliados e fortalecidos para que grupos populacionais mais suscetíveis aos distúrbios por deficiência de iodo possam ter acesso a fontes de iodo de forma homogênea e o estado nutricional de iodo adequado.