O Romantismo Revolucionário através das afinidades eletivas entre o Movimento Surrealista, Henri Lefebvre e a Internacional Situacionista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Rodrigo Nogueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-03082020-144723/
Resumo: A presente tese propõe analisar criticamente as aproximações históricas e ideológicas entre o Movimento Surrealista, a Internacional Situacionista e a obra do filósofo e sociólogo Henri Lefebvre, a qual é utilizada como mediação teórica e crítica entre os dois movimentos, abrangendo o período de formação do Movimento Surrealista e a dissolução da Internacional Situacionista, de 1924 a 1972. Nosso principal objetivo é identificar no Movimento Surrealista, na obra de Henri Lefebvre e na Internacional Situacionista, manifestações modernas da corrente de pensamento romântico, pertencentes à tipologia do Romantismo Revolucionário e/ou Utópico, de tendência do romantismo marxista. Portanto, o conceito de romantismo revolucionário é o fio condutor adotado para esclarecer as relações entre os três objetos de nossa pesquisa. A definição do conceito é adotada a partir de duas fontes: com base na obra do próprio Lefebvre, cuja formulação é apresentada pela primeira vez na Nouvelle Revue Française, no artigo Vers un romantisme révolutionnaire, publicado em 1957 e, posteriormente, retomada no artigo Vers un nouveau romantisme?, editado em 1962, no livro Introduction à la modernité; e na obra dos autores Michael Löwy e Robert Sayre desenvolvida no livro Révolte et mélancolie: le romantisme à contre-courant de la modernité, publicado em 1992, os quais são autores da tipologia do Romantismo Revolucionário e/ou Utópico, de tendência do romantismo marxista. O objetivo geral do trabalho é identificar as afinidades eletivas entre o conceito de romantismo revolucionário, elaborado por Lefebvre, e o conceito desenvolvido por Löwy e Sayre, assim como as suas divergências. Os objetivos e as hipóteses derivam da compreensão estabelecida a partir da contraposição entre as duas formulações de romantismo revolucionário. Verificaremos as hipóteses de que tanto Lefebvre quanto a I.S. apesar de negarem, compartilham da nostalgia romântica pelo passado; que os situacionistas, na tentativa de realizar a revolução da vida cotidiana, revelam que suas afinidades eletivas são de ordem teórica com Lefebvre e de ordem prática com o Movimento Surrealista; e que no esforço de criar meios de intervenção na vida cotidiana, os situacionistas tentam racionalizar os meios poéticos do surrealismo, transformando a deambulação poética em um meio de investigação psicogeográfica. A partir da metodologia adotada, examinamosde forma comparativa os textos primários produzidos pela Internacional Situacionista, pelo Movimento Surrealista, por Henri Lefebvre e por Michael Löwy e Robert Sayre, contrapondo suas ideias no campo da arte, cultura, política e meios de ação no espaço urbano. Os textos secundários (comentadores) fornecem um panorama mais amplo do universo surrealista, situacionista e da obra de Lefebvre no contexto das décadas de 20 a 70.