Assistência farmacêutica em um município do estado de São Paulo: diagnóstico e perspectivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Silva Junior, Dilson Braz da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-16012007-142838/
Resumo: Farmacêutico como membro de equipes multiprofissionais tem impacto positivo na segurança da utilização do medicamento e na promoção do uso racional. Sua inclusão na equipe da atenção primária para assegurar Assistência Farmacêutica (AF) de qualidade é responsabilidade dos gestores municipais. Em Cássia dos Coqueiros ? SP, com 3000 habitantes, diagnóstico prévio indicou que 25% dos recursos da saúde eram destinados aos medicamentos, sugerindo uso irracional e inapropriado. Este estudo com intervenção teve como objetivo a aplicação de conceitos, princípios, regulamentações e práticas farmacêuticas para a utilização racional de medicamentos e organização de AF de qualidade no município, através da contratação de farmacêutico com habilidades clínicas. Compararam-se características da AF sem e com farmacêutico, empregando-se indicadores de estrutura, processo e resultados descritos na literatura. As intervenções para a organização da gestão da AF foram (i) de natureza gerencial e operacional, seguindo a legislação vigente e com desenho logístico para atender o paciente como alvo prioritário das ações da Farmácia em conjunto com profissionais de saúde, e (ii) de natureza clínica visando dispensação de qualidade, atenção farmacêutica, trabalho de colaboração com médico, orientação de acadêmicos e membros da equipe de saúde sobre prescrição e uso racionais de medicamentos. Indicadores de estrutura e processo mostraram aprimoramento da AF e os indicadores de resultados definiram as metas alcançadas com as práticas. Verificou-se redução de gastos com medicamentos da ordem de 66%. Um total de 3.976 pacientes distintos foi atendido de 2002 a 2005, e a 63,25% foi prescrito ou dispensado medicamento em um único ano, enquanto 5,44% tiveram dados de utilização de medicamento nos quatro anos. Na ausência de farmacêutico, ocorria acesso total e irrestrito aos medicamentos prescritos nas Unidades de Saúde. O processo de prescrição e dispensação e conseqüente uso pelo paciente tornaram-se mais racionais devido à presença do farmacêutico (desde fevereiro de 2004) e médico contratado (desde maio de 2004), à lista padronizada e outros requisitos de racionalização. A variedade média do biênio 2004-2005, com farmacêutico, de medicamentos, de especialidades expressa em nome genérico e de número de grupos farmacológicos ou similares (códigos ATC) reduziram 71,68%, 63,4 % e 62,17% respectivamente. Ao longo dos anos verificou-se redução de 41,8% a 53,8% do total de especialidades farmacêuticas utilizadas e de 47,1 a 48,4% do número de códigos ATC para corte em 95%. Os 50 itens mais prescritos sem farmacêutico perfizeram uma média de 35,7% do total, enquanto que os 10 itens mais freqüentes representavam somente 14,83. Com farmacêutico os 10 itens perfizeram uma média de 49,08% do total. A variação de medicamentos pertencentes à lista padronizada foi de 58,2 % sem e 89,6% com farmacêutico, concluindo-se que o profissional do medicamento pode, dentro de suas atividades clínicas, atuando em conjunto com o prescritor, promover a utilização racional de medicamentos e que as estratégias podem ser aplicadas a outros municípios.