Cobertura vacinal de pessoas vivendo com HIV/aids - avaliação do impacto de intervenção educativa para profissionais de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gerin, Larissa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-16052023-083922/
Resumo: As vacinas constituem uma importante estratégia de saúde pública para prevenção e controle de doenças, manter altas coberturas vacinais tem se tornado um desafio. As pessoas que vivem com o HIV (PVHIV) apresentam risco aumentado de agravamento nas infecções causadas pelas doenças imunopreveníveis, por este motivo têm a indicação de um calendário de vacinação específico e pouco se conhece em relação à sua situação vacinal. Vários fatores interferem na cobertura vacinal desta população, entre estes se encontra o conhecimento dos profissionais de saúde a respeito das vacinas indicadas. Diante disso, este estudo objetivou avaliar o impacto de uma intervenção educativa para profissionais de saúde sobre o conhecimento e a cobertura vacinal de PVHIV que realizam o acompanhamento clínico nos Serviços de Atendimento Especializado (SAE) de um município do interior paulista. Trata-se de um estudo quase-experimental realizado em três momentos, uma fase pré-intervenção (etapa I fase 1) onde se avaliou a cobertura vacinal das PVHIV e os fatores que poderiam estar a ela associados. Em um segundo momento, na fase de intervenção (etapa II), foi desenvolvido e disponibilizado um curso de capacitação on-line para profissionais de saúde a respeito das questões envolvidas na imunização de PVHIV. Na etapa II também foi realizada a avaliação do conhecimento dos profissionais a respeito da temática antes e após o desenvolvimento do curso de capacitação. Um ano após a disponibilização do curso foi realizada a avaliação da cobertura vacinal do mesmo público avaliado na fase 1 da etapa I, o que chamamos de fase 2 da etapa I. A amostra da etapa I se constituiu de 645 indivíduos, a maioria de cor branca (59,8%), do sexo masculino (83,4%), com escolaridade acima de ensino médio completo (56,0%). Na fase 1 apenas 7,3% estavam com o esquema de vacinação adequado, a vacina com melhor taxa de vacinação foi contra difteria e tétano (82,6%) e a com a pior taxa de vacinação foi a contra sarampo, caxumba e rubéola (37,7%). Aqueles com mais de 40 anos apresentaram menor chance de possuir esquema de vacinação completo (p=0,003) e os indivíduos vacinados nos SAE tiveram maior chance de estar adequadamente vacinados (p=0,006). O maior número de adequadamente vacinados foi identificado entre aqueles com ensino superior completo (15,7% p=<0,001), vacinados nos SAE (8,8% p=0,009) e com todas as contagens de linfócitos T CD4 > 350 células/mm3 (9,0% p=0,015). Na Etapa II a amostra foi constituída por 77 profissionais de saúde, todos profissionais de enfermagem, a mediana de acertos no teste de conhecimento passou de 23,0 antes do curso de capacitação para 27,0 após o curso (p<0,001). Um ano após o início da fase de intervenção a cobertura vacinal entre os indivíduos avaliados na etapa I aumentou para 11,8% (p<0,001), os indivíduos apresentaram 1,72 mais chance de possuir o esquema de vacinação completo (p=0,000). Diversos fatores podem interferir na cobertura vacinal, um deles é o conhecimento dos profissionais de saúde, melhorar o conhecimento dos profissionais a respeito das questões relacionadas à imunização das PVHIV pode aumentar a cobertura vacinal neste público.