Avaliação comportamental infantil: inclusão de múltiplos informantes e o uso da entrevista clínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Emerich, Deisy Ribas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-12072013-111605/
Resumo: Como as dificuldades comportamentais e emocionais infantis, se não superadas neste período, podem estender-se ao longo do desenvolvimento, é de fundamental importância o investimento em estudos focados na avaliação e compreensão dos problemas de comportamento desta população, para, então, realizar um planejamento de intervenção adequado às suas necessidades. O presente trabalho tem como ponto de partida o reconhecimento da importância de múltiplas fontes de informações no processo de avaliação da criança, incluindo ela própria e o psicólogo clínico, para que haja o melhor atendimento psicológico. O objetivo desta pesquisa foi identificar a presença de problemas de comportamento em crianças a partir da avaliação de seus pais e do clínico, compreender os fatores de risco que possam estar associados a presença de tais dificuldades e analisar os níveis de concordância e discordância entre as avaliações realizadas pelas múltiplas fontes. Para tanto, foram realizadas entrevistas clínicas semiestruturadas (SCICA) com 25 crianças, de ambos os sexos e com idade entre sete e 11 anos, encaminhadas para atendimento em serviços de saúde mental, a fim de compará-las com as respostas dos pais/cuidador a um inventário de comportamentos infantis, o CBCL. Também foram coletadas informações sobre a presença de fatores de risco na família (Índice de Adversidade Familiar) e sobre os problemas de comportamento dos cuidadores que realizaram a avaliação (ASR). A SCICA mostrou-se um protocolo de entrevista válido para obtenção de observação comportamental e do relato da criança sobre seu funcionamento. A partir da análise dos resultados identificou-se que tanto os problemas observados pelos clínicos, quanto os reportados pela própria criança, apresentavam-se em taxas inferiores às relatadas pelos cuidadores. As dificuldades com agressividade e com ansiedade/depressão dos pais se mostraram um fator explicativo para as discrepâncias identificadas. As análises com os fatores de risco revelaram uma correlação positiva entre os escores no IAF e a presença de dificuldades internalizantes e total de problemas relatados pelas crianças. Considerando os fatores de risco isoladamente, observou-se que o fator presença de discórdia conjugal guardava relação com as dificuldades externalizantes e totais, enquanto o fator presença de psicopatologia na família estava relacionado às dificuldades internalizantes. Os dados sobre adversidade ambiental sugerem a importância de acompanhar os pais paralelamente ao trabalho da criança, dado que as condições de saúde mental na família e a presença de conflito marital apresentam uma relação intrínseca com as dificuldades infantis. A partir das análises de discordâncias observamos que a inclusão de forma sistematizada das diversas fontes mostrou-se relevante, pois, articuladamente ao relato dos pais, foi possível ir além da queixa declarada inicialmente e identificar outras áreas deficitárias do funcionamento das crianças avaliadas