Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silveira, Douglas Rafaele Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5167/tde-23072021-181329/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Os desfechos na leucemia mieloide aguda (LMA) dependem das características do paciente, doença, tratamento e fatores socioeconômicos, no entanto, os resultados entre países em desenvolvimento e desenvolvidos nunca foram comparados diretamente. A estratificação de risco genético também vem aumentando complexidade e custos, apesar de ainda indisponível para a maioria dos serviços de saúde. Neste estudo, comparamos o resultado entre realidades economicamente contrastantes, e propomos uma alternativa para estratificação de risco que permita dados citogenéticos ou moleculares ausentes. PACIENTES E MÉTODOS: Analisamos dados de 167 pacientes com LMA tratados intensivamente em São Paulo, Brasil (FMUSP) - conjunto de treinamento. Usando ELN2017 como o padrão, o comparamos com nosso AGR e combinamos este com parâmetros prognósticos encontrados em um modelo de Cox para criar um sistema de pontuação (SAMLS) que estratifica pacientes com LMA. Em seguida, usamos duas coortes independentes, FMRP (Brasil, n = 145) e OUH (Reino Unido, n = 157), para validar nossos achados. Finalmente, mesclando os dados da FMUSP e da FMRP em uma única coorte (USP, N = 312), ajustamos o desfecho de sobrevida para variáveis relacionadas ao paciente, tratamento e doença, comparando os resultados de USP e OUH. RESULTADOS: AGR foi estatisticamente significativo para sobrevida global (SG) em ambas as coortes de teste (FMRP p = 0.037, OUH p = 0.012). SAMLS foi composto por: AGR, idade (>45 anos), leucócitos (<1.5 ou >30x10e3/mm3) e níveis de albumina (<3.8g/dL). SAMLS mostrou uma diferença significativa em SG na coorte de treinamento (p <0,001) e coortes de teste (FMRP p = 0,0018, OUH p <0,001). A coorte USP teve SG em 5 anos inferior quando comparada à OUH (29% vs. 49%, P-ajustado = 0,027). Os pacientes da USP apresentam mortalidade precoce mais elevada (23% vs 6% P <0,001) principalmente devido a infecções bacterianas multiressistentes e fúngicas. USP teve uma maior incidência cumulativa de recidiva em 5 anos (60% vs 50%, P = 0,0022), e menor taxa de transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) (28% vs 75%, P <0,001), além de espera maior para o TCTH (mediana, 23,8 vs 7,2 meses, P <0,001). A sobrevida de 3 anos em pacientes com recidiva foi pior na USP do que OUH (10% vs 39%, P <0,001). CONCLUSÕES: O AGR é uma avaliação de risco citogenético-molecular substituta que lida com algum grau de dados ausentes sem perder a precisão. SAMLS melhora a previsão de sobrevida em LMA independentemente das diferenças nas características basais e de tratamento das populações de LMA. A SG foi menor em pacientes da USP devido à mortalidade precoce, maior incidência cumulativa de recidiva e piores resultados após recaída. Controle de infecções, melhores cuidados de suporte e acesso ao TCTH alogênico ainda são limites que precisam de atenção para superar os resultados desapontadores em nosso país. |