Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Poian, Leila Regiani |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-08022023-170937/
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Resumo: |
A síndrome serotoninérgica (SS) é uma reação adversa medicamentosa caracterizada pelo aumento exagerado da atividade serotoninérgica no sistema nervoso central e periférico. Esta apresenta uma constelação de sinais e sintomas relacionados a mudanças comportamentais, excitabilidade neuromuscular e instabilidade autonômica. Esses sintomas podem ocorrer tanto de forma leve, como até em formas severas potencialmente fatais. A SS pode ser deflagrada com o uso terapêutico de um fármaco que aumente a disponibilidade da serotonina (5-HT) na fenda sináptica, ou pela interação de dois ou mais fármacos que proporcionem esse aumento. A real incidência da SS é desconhecida. Os objetivos estabelecidos foram: (i) analisar a incidência da SS nos pacientes internados nas unidades do IPq do HCFMUSP durante o período de 1 ano; (ii) avaliar quantos pacientes apresentaram sintomatologia pelos critérios de Hunter e de Sternbach; (iii) avaliar a presença ou não do diagnóstico da SS pela equipe médica; (iv) elaborar material didático/informativo para a conscientização sobre a SS. Foram analisados os prontuários de todos os pacientes que, durante o ano de 2019, utilizaram algum dos 44 fármacos que poderiam causar a SS, nas unidades de internação do IPq. Os históricos completos dos pacientes foram analisados para se estabelecer a correlação entre a terapia e a sintomatologia apresentada. Para a determinação da causalidade foi utilizada a escala de probabilidade de reação adversa a medicamentos de Naranjo. Dos 901 pacientes que receberam algum dos 44 fármacos previamente determinados, 466 (51,7%) tiveram uma farmacoterapia prescrita que poderiam predispô-los à SS durante sua internação, sendo que quatro pacientes foram identificados com SS, nos revelando uma incidência de 0,86%. Houve uma predominância de ocorrência da SS em pacientes do sexo masculino (75%), e em pacientes tabagistas (50%). A incidência encontrada neste estudo difere das demais encontradas na literatura devido às diferenças metodológicas. Em todos os casos positivos para SS notamos haver a 66 inibição dos transportadores da 5-HT, da noradrenalina e do receptor 5-HT2A. A fim de melhorar a conscientização sobre a SS, além da publicação deste trabalho em revista científica, elaboramos um folder didático/informativo para divulgação, trazendo informações importantes e atualizadas sobre a síndrome. Para facilitar o diagnóstico da SS, estamos propondo um novo algoritmo que unifica os critérios diagnósticos já publicados, e adiciona a escala de Naranjo, a fim de se estabelecer a causalidade. Este novo algoritmo diagnóstico proporcionará uma maior confiança para a tomada de decisão. Finalmente, este estudo possibilita concluir que a SS não é uma síndrome tão rara quanto descrita na literatura. Outros neurotransmissores podem estar envolvidos com a patologia da síndrome, portanto, quanto maior o estímulo farmacológico a vários alvos, maior a probabilidade de o indivíduo desenvolver a síndrome. O aparecimento da sintomatologia da síndrome pode estar intimamente relacionado a polimorfismos que propiciem o aumento da 5-HT disponível na fenda sináptica, constituindo, portanto, uma importante área de investigação para estudos futuros. |