Evolução dos padrões de consumo de antidepressivos e benzodiazepínicos em uma coorte de funcionários de uma universidade: Estudo Pró-Saúde.
Ano de defesa: | 2017 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4395 |
Resumo: | Esta dissertação objetivou estimar a prevalência, o padrão, e os fatores associados com a incidência de consumo de antidepressivos (AD) e benzodiazepínicos (BDZ) em uma coorte de funcionários de uma universidade. Foi realizado um estudo de coorte concorrente com os dados do Estudo Pró-Saúde, uma investigação longitudinal com funcionários técnico-administrativos do quadro efetivo de uma universidade no Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram obtidos utilizando-se questionários autopreenchidos nos anos de 1999 (n=4.030), 2001 (n=3.574), 2006-07 (n=3.058) e 2012 (n=2.933). Foi construído um banco de dados com 5.369 pessoas, abarcando as quatro fases, sendo estimadas prevalências de uso AD e BDZ por fase. Em seguida, foi instituída uma coorte fixa excluindo os indivíduos que entraram no estudo em qualquer fase que não a linha de base (fase 1), e/ou indivíduos que faziam uso de AD e BDZ na fase 1. Modelos de Poisson com estimativa robusta da variância foram utilizados para estimar razões de incidência acumulada (risco relativo) de consumo de AD e BDZ entre 1999 e 2007. Em 1999, as prevalências de uso de AD e de BDZ foram 1,4% (IC 95%: 1,1-1,8) e 4,7% (IC 95%: 4,1-5,4), respectivamente. Em 2012, a prevalência de uso de AD foi de 5,4% (IC 95%: 5,5-6,2) e de BDZ de 6,8% (IC 95%: 6,0-7,8). Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) representaram a classe que impulsionou o aumento do consumo dos AD, passando de 17% em 1999 para 67,6% em 2012. As prevalências de consumo de AD e BDZ foram maiores entre as mulheres, assim como entre os entrevistados com pior auto-percepção da saúde geral e mental (mensurada através do GHQ-12). A incidência do consumo de psicofármacos, entre 1999 e 2007, foi de 4,9% (IC 95%: 4,2-5,7) para AD e 8,3% (IC 95%: 7,3-9,3) para BDZ. Quando as fases 2 e 3 foram comparadas, o aumento da incidência de AD foi relativamente maior do que de BDZ. A incidência de uso de AD nas mulheres foi maior do que entre os homens (RR=2,5; IC 95% 1,75-4,04). As mulheres também apresentaram uma incidência de uso de BDZ 58% (IC 95%: 30-110) maior do que a observada para os homens. Aqueles com GHQ-12 positivo mostraram uma incidência 34% maior tanto para o consumo de AD quanto de BDZ. Consistente com a literatura, observou-se um maior risco de iniciar o uso de AD entre os indivíduos consumidores de BDZ na fase 1. Esses resultados sugerem que o aumento na incidência de uso de AD não foi acompanhado de uma queda na incidência do uso de BDZ. É imperativo que as prescrições de AD e BDZ estejam de acordo com as diretrizes atuais de tratamento, principalmente considerando o uso racional dos psicofármacos. Nossos achados apontam para a necessidade de identificar padrões semelhantes aos observados no presente estudo em outras populações, e visam contribuir para as políticas de educação permanente dos profissionais que prestam cuidados em saúde mental. |