O cross-examination no processo civil: um diálogo entre arbitragem e processo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Miranda, Daniel Chacur de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2137/tde-06052021-230003/
Resumo: O regime do cross-examination, na forma em que historicamente praticado no processo anglo-saxão, foi remodelado pela prática arbitral internacional e brasileira, a qual, inclusive, serviu de inspiração para a nova regra veiculada pelo artigo 459 do Código de Processo Civil. A dissertação propõe, portanto, o diálogo com o processo arbitral como a referência adequada para se compreender as alterações promovidas pelo protagonismo conferido à parte na produção da prova testemunhal, bem como para que se possa utilizar, de modo efetivo, as técnicas de inquirição intimamente relacionadas ao citado protagonismo. Escolheu-se o cross-examination como veículo para este diálogo particularmente porque se trata de instituto típico do common law, sem paralelo em outros sistemas processuais. O cross-examination é a verdadeira síntese do papel proeminente das partes no processo anglo-saxão, da sua natureza adversarial, da cultura da competição e da própria postura liberal em relação ao Estado. O cross-examination é marcante ao ponto de ter sobrevivido à fusão entre os sistemas do common law e do equity law, e, até mesmo à virtual extinção do júri. Por sua vez, o diálogo com o processo arbitral justifica-se porque nele o cross-examination adquiriu contornos diversos, uma vez que o procedimento arbitral é livre de reminiscências históricas e idiossincrasias processuais, porquanto pautado na autonomia da vontade e na busca pela eficiência.