Formação de professores à luz da história e cultura afro-brasileira e africana: nova tendência, novos desafios para uma prática reflexiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ferreira, Cléa Maria da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-24092009-152145/
Resumo: O presente trabalho teve como tema de investigação a formação de professores à luz da História e Cultura Afro-brasileira e Africana. A questão aqui abordada diz respeito às contribuições teóricas e metodológicas dos conteúdos e atividades na formação de professores reflexivos, e na instrumentalização, capacitação e fundamentação destes, para realizarem a transposição didática dos conteúdos, com vistas ao tratamento pedagógico adequado das questões raciais dentro do espaço escolar. Para a realização desta pesquisa, foi analisada a iniciativa desenvolvida pelo curso Escola Plural: a diversidade está na sala de aula, ministrado pelo Ceafro Educação e Profissionalização para a Igualdade Racial e de Gênero junto à Secretaria Municipal de Educação de Salvador. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em que estudos de caso com características da autobiografia educativa aliada à análise de fontes documentais estão sendo realizados com seis professoras da Rede Municipal, sendo três participantes da formação e três não-participantes. Tal configuração dos sujeitos deve-se ao fato de considerarmos que esta nos possibilitaria uma discussão e análise comparativa do possível real impacto da formação na prática dos docentes. Além desses participantes, trazemos também os relatos de formadores do Ceafro, que favoreceram a compreensão do processo formativo desde a sua concepção até a sua concretização. Privilegiamos na análise as contribuições de autores que se dedicaram ao estudo das questões raciais no Brasil - como Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Kabengele Munanga, Eliane Cavalleiro, Nilma Lino Gomes, Carlos Hasenbalg, entre outros -, bem como aos que contribuíram para os estudos sobre a formação de professores e o entendimento do conceito de professor reflexivo - como Perrenoud, Carlos Libâneo, Zeichner, Donald Schön, Antônio Nóvoa e Contreras -, e por fim, aos que se dedicaram a elucidação do conceito de transposição didática, como Chevallard. A partir da análise dos dados, levando-se em conta as categorias de sujeitos implicados neste estudo, foi possível apontar alguns aspectos marcantes por eles apresentados, tais como: o reconhecimento da existência do racismo no Brasil e da escola enquanto espaço privilegiado de suas manifestações; a existência de lacunas na formação de professores, o que demanda uma formação mais consistente na temática; as dificuldades no trato das questões religiosas; a importância do trabalho com a identidade como fio condutor da formação; a pesquisa e a reflexão como estratégias; e os problemas da descontinuidade da formação no espaço escolar, entre outros.