Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Silva, Marcos Virgilio da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/16133/tde-17032006-182326/
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Resumo: |
A constituição da idéia de meio ambiente urbano é aqui avaliada sob a perspectiva das concepções que, historicamente, tentam enquadrar as cidades em categorias biológicas, tais como corpo", organismo" e, contemporaneamente, (ecos)sistema". Essa tendência de naturalização ou biologização das cidades é característica do pensamento social pelo menos desde o século XIX: seus antecedentes são certamente ainda mais remotos, mas as origens de seus aspectos contemporâneos mais característicos podem ser encontradas em meados do século XVIII. Este trabalho visa resgatar alguns dos aspectos mais importantes dessa história, pondo em questão a validade de tais categorias para compreensão e intervenção sobre a cidade real. Para tanto, o trabalho dedica-se a investigar os sentidos atribuídos à idéia de natureza e a conseqüente apreciação da agência humana, e da cidade em particular, feita por essas concepções. Qualifica-se o processo de naturalização como parte de um esforço mais amplo de negação ou disciplinamento do artifício (a ação humana) e do acaso (a ausência de causalidade ou finalidade) na constituição do mundo negação esta que resultaria em um conjunto de categorias de estase para interpretação da realidade e, afinal, em apologia do status quo. Desde o sanitarismo do século XIX até a Ecologia do pós-2ª. Guerra Mundial, passando pelo caso particularmente controverso da Eugenia, as tentativas de biologização das cidades, tanto por parte das ciências biomédicas quanto do próprio Urbanismo em constituição, apontam para uma tendência de dominação pelo conhecimento técnico que permeia de forma recorrente a modernidade capitalista. Nela, tanto a natureza" quanto os seres humanos comuns (não escolhidos") são concebidos como recursos naturalmente passivos e sujeitados, incapazes de criar, cabendo-lhes apenas o papel de resistir" ou reagir", ou ainda serem protegidos". Esse paradigma da dominação" é que requer reconhecimento e enfrentamento, indicando a necessidade de politizar e historicizar a questão ambiental, principalmente em relação às cidades. |