Tradução e memória: a legendagem de um filme-testemunho sobre a Rosa Branca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Utida, Yasmin Cobaiachi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8144/tde-03042017-115923/
Resumo: A presente pesquisa visa descrever o gênero filme-testemunho (GUTFREIND, 2010, p. 200) marcado, simultaneamente, pelas dimensões histórica e subjetiva como um objeto cultural de memória (ACHARD et al., 2007) a partir da legendagem do documentário Os resistentes: testemunhas da Rosa Branca [Die Widerständigen: Zeugen der Weißen Rose], de Katrin Seybold (2008). O filme que constitui o corpus reúne entrevistas com 14 testemunhas de época do grupo de resistência pacífico e estudantil contra o nacional-socialismo alemão conhecido como A Rosa Branca e foi produzido 65 anos após a execução da sentença de morte proferida contra os principais membros do grupo. Trata-se, assim, de um material relevante para a difusão e preservação da memória da resistência alemã. Partindo desse pressuposto, o trabalho tem como base a intersecção entre conceitos e métodos dos Estudos da Tradução, sobretudo das abordagens funcionalistas e da tradução audiovisual (TAV), e dos Estudos da Memória. A partir do Modelo de Análise Textual de Christiane Nord (2005, 2016) e do arcabouço teórico interdisciplinar sobre testemunho (SELIGMANN-SILVA 2013, RICOEUR 2014, SARLO 2007, entre outros), transcrevemos, traduzimos e produzimos as legendas de Os resistentes: testemunhas da Rosa Branca documentário inédito no Brasil. Para a produção das legendas, optou-se por uma tradução-instrumento, visto que essa modalidade de TAV apresenta restrições de tempo e de espaço que demandam procedimentos de condensação, retextualização e omissão. A opção por não omitir na legenda algumas marcas de subjetividade e do trauma na linguagem, fatores intrínsecos à narrativa testemunhal, motivaram decisões tradutórias que transgridem normas técnicas e algumas das convenções concernentes à legendagem, a fim de oferecer uma tradução leal ao seu escopo (NORD, 2005, p.33). Dessa forma, temos a expectativa de preencher parcialmente a lacuna que existe sobre procedimentos de tradução de filmes de caráter documental e de difundir e preservar a memória da Rosa Branca no Brasil, onde o tema da resistência alemã ainda é pouco conhecido e estudado.