Usos e apropriações de indicadores clínicos de risco para o desenvolvimento infantil por agentes comunitários de saúde: uma experiência de formação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Morais, Ana Silvia de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-30072013-122005/
Resumo: INTRODUÇÃO - Este estudo exploratório apresenta e avalia uma experiência de formação de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) do município de Embu das Artes para o uso de Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDI). O IRDI é um protocolo de base psicanalítica, validado e inespecífico para diagnóstico, composto de 31 itens que sinalizam a construção da subjetividade do bebê expressa na relação com seus cuidadores. É dividido em quatro etapas do desenvolvimento do bebê: 0-4; 4 a 8; 8 a 12; e 12 a 18 meses. A ausência de dois ou mais indicadores sinaliza tendência para problemas de desenvolvimento ou risco psíquico aos três anos da criança. O IRDI resultou de uma pesquisa realizada entre 2000 e 2008, por psicanalistas do Grupo Nacional de Pesquisadores (GNP), a pedido do Ministério da Saúde. OBJETIVOS - Avaliar as influências da formação para a prática dos ACS e os obstáculos enfrentados; investigar os usos e apropriações do IRDI, situando modos de apropriação com potencial efeito de permanência. METODOLOGIA Foram realizados quatro encontros formativos e o acompanhamento do uso do protocolo pelos ACS ao longo de 2011 e início de 2012. Utilizou-se pré-teste e pós-teste, trabalhados por análise de conteúdo. Os discursos emergentes durante o uso do protocolo foram analisados em uma vertente qualitativa. RESULTADOS 1. A prática dos ACS com bebês é centrada na avaliação do crescimento e em aspectos funcionais do desenvolvimento; 2. O aspecto relacional entre mãe e bebê passou a ser valorizado no decorrer da formação; 3. Influências do protocolo para a prática foram relatadas por 72,5% dos participantes a mais citada foi o aprimoramento da observação e do conhecimento sobre o bebê e seus cuidadores. 4. O protocolo foi utilizado tanto para a detecção como para a orientação à família sobre o contato com o bebê, na perspectiva da Promoção à Saúde. 5. Os itens relativos à primeira faixa do bebê (0 a 4 meses) foram os mais lembrados espontaneamente pelos ACS. 6. Houve dificuldades no manejo com itens referentes ao eixo teórico Alternância Presença-Ausência na relação entre a criança e seu cuidador. 7. O acompanhamento particularizado dos profissionais permitiu manejar as resistências psíquicas, contribuindo para a permanência de participantes. 8. Modos de apropriação favoráveis ocorreram pelo enlaçamento entre aspectos dos indicadores e um traço particular do sujeito. CONCLUSÕES - A inserção do IRDI na Atenção Primária deve considerar um percurso de longo prazo e as particularidades de cada unidade de saúde. É pertinente trabalhar com uma equipe pequena por vez, com formação diversificada. A realização de encontros formativos regulares e acompanhamento particularizado por um profissional psicólogo nos serviços envolvidos é uma proposta que se mostra mais favorável para que seu objetivo se consolide