Desafios e perspectivas para o acompanhamento de pessoas com tuberculose pelos agentes comunitários de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Panício, Lilian Carla Ferrari Sossai
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-06012014-142734/
Resumo: O agente comunitário de saúde (ACS) exerce papel importante no controle e acompanhamento dos casos de tuberculose (TB) na Atenção Primária á Saúde (APS). Este estudo teve como objetivo analisar os desafios e perspectivas para o acompanhamento de pessoas com tuberculose pelos ACS das Unidades de Saúde da Família (USF) do município de Marília-SP. Estudo exploratório, com abordagem qualiquantitativa. Para a coleta de dados quantitativos foi utilizado um questionário (escala Likert de resposta), de dezembro de 2011 a fevereiro de 2012 com 35 ACS. Para coleta de dados qualitativos foram realizados 03 grupos focais, com 16 ACS. A pesquisa esteve amparada no referencial da APS. A análise ocorreu em dois momentos, no quantitativo foi utilizado análise bivariada, efetuada pelo cruzamento da variável dependente (acompanhamento por TB, 1 sim; 2 não), dicotômica, com cada uma das variáveis independentes, de acordo com sua natureza, por meio de tabelas de contingência (teste qui-quadrado e, quando foi necessário, recorreu-se ao teste exato de Fisher). Ainda foi considerada a Análise de Correspondência Múltipla. No qualitativo, foi utilizada a teoria da ação comunicativa de Jurgen Habermas. Os resultados mostraram que a maioria dos ACS eram do sexo feminino, com formação de nível médio. O tempo médio de atuação foi de 55,7 meses, com máximo de 157 meses, mínimo de 04 meses e mediana de 39 meses. Julgaram regular a remuneração e consideraram que é muito bom trabalhar na comunidade. A capacidade instalada das USF possuem condições de Estrutura satisfatória para um acompanhamento efetivo de pessoas com tuberculose e também para a BSR, quanto à disponibilidade de insumos (formulário e pote) para a realização da baciloscopia. Todas as USF possuem formulário e pote disponível para a coleta do exame. Quanto à presença de geladeira, n= 5 (55,5%) relatam existir geladeira específica para acondicionar os exames. No que se refere ao laboratório responsável por pegar as baciloscopias, n= 7 (77,7%) das USF possui laboratório responsável pelo recolhimento diário dos exames. Todos os ACS vinculados às USF referiram dispor de livro de sintomáticos respiratórios e que o enfermeiro é responsável pelas ações de TB. Os ACS de formação de nível médio, com tempo de trabalho >39 meses e satisfeitos com o trabalho foram os que mais acompanharam casos de TB. A maioria dos ACS, que acompanham ou não casos de TB, aponta que sempre suspeita de casos na comunidade. Nos grupos focais verificou-se a rotina dos ACS no acompanhamento de pessoas com TB, as barreiras para o acompanhamento de pessoas com TB, a concepção e compreensão sobre tuberculose, estrutura disponível na USF para o acompanhamento de TB e a busca e o acompanhamento de pessoas com TB. Os resultados apontam a necessidade de reorganização do serviço de APS no acompanhamento de pessoas com tuberculose, a fim de potencializar as ações a nível local, envolvendo os diversos níveis hierárquicos com a finalidade de cumprir as recomendações do Ministério da Saúde e contribuir para ampliar a perspectiva de controle da tuberculose no país e melhora da saúde da população.