Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Razera, Karen Danielle Magri Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-19072018-115434/
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como objetivos investigar as diferenças entre escolas alternativas e tradicionais em São Paulo e discutir as consequências da adoção de diferentes métodos como uma forma de alternativa em uma sociedade cuja democracia não é plenamente verdadeira. Parte-se das hipóteses de que escolas alternativas propõem métodos pedagógicos que supõem formar sujeitos democráticos e que facilitem o aprendizado, em uma tentativa de se contrapor às escolas tradicionais. No entanto, entende-se que, na sociedade industrial, considerando-se a ideologia vigente, as escolas alternativas e tradicionais, como produtos e produtoras da sociedade, tendem a ser similares; e que ao se apresentarem como alternativa democrática, algumas escolas encobrem as contradições de uma sociedade que é desigual em sua base. Obras de alguns autores da teoria crítica da sociedade contribuíram para compreender a influência da sociedade industrial, a importância das figuras de autoridade, e os conceitos de ideologia, indústria cultural, formação e pseudoformação. Cinco critérios foram delimitados, conforme literatura da área, para definir escola alternativa: conteúdo priorizado; método pedagógico; diversas formas de avaliação; a interação entre os sujeitos escolares e grau de participação dos estudantes. Quatro escolas foram selecionadas para investigação: duas públicas (uma alternativa e uma tradicional) e duas privadas (uma alternativa e uma tradicional). Para selecionar as escolas, foi elaborada uma escala com 20 alternativas a partir dos critérios mencionados; também foi utilizada como roteiro para as observações em sala de aula, realizadas de quatro a oito aulas em cada escola. Realizou-se também uma entrevista com a coordenadora pedagógica de cada escola, seguindo um questionário semiestruturado. Destacam-se propostas de escolas alternativas se centrarem nos alunos e as tradicionais nos professores, o que influencia nas características mencionadas anteriormente, além da relação com professor como figura de autoridade. As escolas consideradas alternativas, por vezes, aderem às pressões sociais, tais como a preparação para vestibular, as formas de avaliação, visando o mercado de trabalho, bem como as escolas ditas tradicionais aderem a propostas das alternativas, tais como práticas em grupo, alunos como ativos na educação, entre outros. Considera-se que não há escola puramente tradicional, bem como não há escola puramente alternativa, corroborando a hipótese de que nesta sociedade a tendência é de homogeneização. Uma diferença significativa foi entre as escolas públicas e privadas, pois enquanto as primeiras estavam preocupadas com a violência em que seus alunos estão envolvidos, as escolas particulares refletem sobre questões centrais para a formação dos professores e alunos, permitindo concluir que a maior distinção entre as escolas não é seu método pedagógico, mas de classe social. Haver uma suposta alternativa reforça também o pensamento de que depende unicamente de o indivíduo ou a instituição fazer uma escolha para que a sociedade se modifique, o que também expõe a ideologia de mercado: há um produto a ser escolhido e um mercado a ser atendido. As escolas, sejam elas tradicionais ou alternativas, podem ser espaços que perpetuam as contradições sem críticas, mas podem ser um espaço de resistência em que é possível criticar a sociedade e repensá-la |