Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Sasso, Bruna Assem [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204508
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Resumo: |
Dentre os relatos que existem a respeito da Escola Democrática de Summerhill, na Inglaterra, é possível observar muitas críticas e más interpretações que são decorrentes de desconhecimento. Para que isso não seja reproduzido quanto às escolas democráticas no Brasil, o objetivo deste trabalho se engendrou em compreender a aquisição da língua escrita alfabética em escolas com proposta democrática que se desenvolvem no Brasil. Partimos dos seguintes questionamentos: nas escolas democráticas no Brasil, o trabalho em relação à língua escrita vai ao encontro das escolas tradicionais (em um sentido de transmissão) ou da psicogênese da língua (de construção)? Existe um questionamento sobre a passividade que os métodos tradicionais trazem sobre a percepção? Se houver, de que forma? Lidam com a língua escrita como ato reflexivo conceitual? Como as Escolas Democráticas têm enfrentado esse problema? Quais seriam as atividades/estratégias que propiciariam às escolas democráticas a aquisição da escrita alfabética? Nossa hipótese permeava a ideia de que as propostas de atividades pedagógicas para as classes de alfabetização, que acontecem em ambientes democráticos, ocorrem de acordo com uma metodologia ativa e coerente que, embora não seja o construtivismo, vão ao encontro das conjecturas da Teoria de Piaget, dados os seus princípios. As escolas participantes foram duas, localizadas no estado de São Paulo, sendo a primeira no âmbito particular, na capital, e a segunda, no âmbito público, no interior do mesmo estado. O estudo desenvolvido se caracteriza como de caso qualitativo, e contou com duas visitas a cada uma das instituições participantes. Devido ao contexto pandêmico instaurado pela Covid-19 em 2020, não nos foi possível realizar outras visitas presenciais, essas substituídas, portanto, pelo formato remoto para a coleta de dados, originando uma análise específica acerca desse momento. As análises bibliográfica, empírica e dos materiais coletados conduziram-nos às seguintes conclusões: 1) houve distorções na disseminação das teorias de Piaget e de Emilia Ferreiro no Brasil, de modo que o saber conceitual se tornou método de ensino, causando reducionismos e consequentes más interpretações de suas pretensões e apresentações, e a aquisição da língua escrita, reflexo da atribuição do fracasso escolar ao construtivismo; 2) as escolas tradicionais e as escolas democráticas diferenciam-se quanto à visão da criança, visto que, enquanto as primeiras a consideram como um adulto em miniatura, passiva, receptora e ignorante, as segundas, como sujeito criativo e ativo cujos raciocínio, valores e julgamentos morais se distinguem do adulto e precisam ser reconhecidos e respeitados, revelando, a segunda escola, princípios que se assentam nos pressupostos rousseaunianos e que se correlacionam com a epistemologia genética; 3) os professores não desempenham o papel de mediadores, mas de interlocutores, tutores, auxiliadores, das crianças; 4) a participação das famílias se faz crucial para a formação verdadeira de cidadãos e para e na continuação do trabalho desenvolvido no contexto educacional no sentido de se ter sujeitos ativos; 5) as crianças mostram o caminho natural de desenvolvimento por terem a oportunidade de pensar e fazer em relação à língua e em sua expressão escrita, não ao encontro do que acontece em escolas tradicionais ou em um sentido de transmissão conhecimento (desse vindo de fora), mas no sentido de construção e reconstrução. Além disso, destacamos o elo entre a primeira e segunda escolas, e como os professores dessas instituições veem a questão do convívio do tradicional (que concebe o indivíduo como passivo, o conhecimento como imediato e advindo da percepção) com a psicogênese. Por fim, a questão da interação se destacou nos dados coletados, possibilitando-nos, inclusive, reflexões decorrentes do motivo de escolherem Emilia Ferreiro dentre tantos autores que abordam a temática da língua escrita. |