Entre o lembrar e o esquecer: a corrosão de relações afetivas em narrativas e poemas latino-americanos contemporâneos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Raulino, Renata Cristina Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-22062023-163543/
Resumo: Nesta tese, analiso como as escritas de narradores e sujeitos poéticos de cinco textos literários latino-americanos contemporâneos são afetadas pela corrosão das suas relações com personagens doentes de Alzheimer. No primeiro capítulo, analiso os impactos que sofrem a narradora de Desarticulaciones (2010), de Sylvia Molloy e os sujeitos poéticos de El eco de mi madre , de Tamara Kamenszain e do poema longo \"H\" – o último de Monodrama (2009), de Carlito Azevedo – por não serem reconhecidos pelos seus amados doentes. Findo ou ameaçado o reconhecimento mútuo, a narradora e os sujeitos poéticos levam suas relações por um fio adiante ao se afirmarem enquanto familiares para quem não mais os reconhece como tais através de suas escritas. No segundo capítulo, argumento principalmente que os escritos que os narradores-protagonistas de Diário da queda (2011), de Michel Laub e de Mar azul (2012), de Paloma Vidal herdaram estão profundamente marcados pelo que não lhes foi transmitido porque seus familiares não escreveram sobre a Shoá na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), no caso de Diário da queda , nem sobre o golpe que derrubou o presidente Juan Domingo Perón na Argentina em 1955, no caso de Mar azul, apesar de seus antepassados estarem bastante envolvidos nesses acontecimentos históricos. Concluo que, diante da perda da memória dos seus amados e da impossibilidade do reconhecimento mútuo, os narradores e sujeitos poéticos se responsabilizam escrevendo pela sobrevivência das relações em corrosão e, portanto, pela manutenção das suas existências e dos amados doentes nesses vínculos instáveis.