O narrador de Diário da Queda, de Michel Laub, e a representação da memória na narrativa contemporânea

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Azevedo, Monica Klen de
Orientador(a): Sanseverino, Antônio Marcos Vieira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/130021
Resumo: Esta dissertação tem como principal objetivo apresentar uma análise da obra Diário da queda, do autor gaúcho Michel Laub, percebendo como a literatura contemporânea une os tempos, representando não apenas o presente, mas, também, ligando-se à realidade histórica, a partir do resgate dos fatos com elementos fragmentários da memória de um passado criado a partir de marcas de identidade que definem o lugar do homem no mundo. Há anos, a literatura apresenta como passado e presente são ligados ao individual, e ao coletivo, através do testemunho de catástrofes como a Shoah. Percebendo a memória traumática – mesmo que não possa ser assimilada em sua totalidade tendo em vista a impossibilidade da compreensão do fato ocorrido – como tema de inúmeras obras literárias. O que é apresentado aqui são aspectos de três representações de memórias traumáticas partindo de três lembranças de personagens distintas que ligam traumas individuais a um trauma coletivo. Para isso, o presente trabalho está dividido em três partes. A primeira contextualiza a literatura brasileira contemporânea para que se perceba de que maneira a obra literária produzida na contemporaneidade está relacionada com seu próprio tempo. A segunda parte discorre sobre o narrador contemporâneo e a forma como esse narrador do pós-guerra reconstrói fatos a partir do distanciamento temporal. A terceira parte busca estabelecer uma ligação entre a literatura e a memória a fim de perceber os reflexos que a recordação tem nas narrativas ficcionais tendo como foco a análise da memória do narrador de Diário da queda, e a forma como esse narrador, descendente de judeus, utiliza-se de outros relatos para construir o seu. A partir das lembranças do pai – que, quando criança, fora traumatizado pelo abandono paterno e pela ausência de identidade nos relatos do avô do narrador, e, quando adulto, é abatido por uma doença que afeta a memória – e do avô – ex-prisioneiro do campo de concentração de Auschwitz que opta por uma visão otimista em seus escritos apesar de ter sido vítima de uma das maiores atrocidades da humanidade. A memória é o que constrói narrativa de Diário da queda representa o individual e o coletivo no contexto da contemporaneidade.