Participação do receptor 1 do fator de necrose tumoral nos processos de memória e aprendizado de camundongos submetidos ao modelo de diabetes mellitus tipo 1.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lima, Thiago Amorim de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-12072024-102048/
Resumo: O Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) ocorre por conta da destruição das células <font face = \"symbol\">b-pancreáticas, gerando deficiência de insulina. O DM1 em humanos tem sido associado a redução de diversas funções cognitivas, como nos escores de inteligência fluída e cristalizada, velocidade de processamento, flexibilidade cognitiva, eficiência psicomotora, atenção e percepção visual. Com a administração de estreptozotocina (STZ), é possível estabelecer um modelo de DM1 em camundongos que, a longo prazo, gera redução de memória e aprendizado. O fator de necrose tumoral (TNF-<font face = \"symbol\">a) é uma citocina que regula processos de plasticidade sináptica pela ativação do seu receptor tipo 1 (TNFR1), estando diretamente ligado a processos de aprendizado e memória. Em situações de desafio imune, a ativação de TNFR1 pode desregular a plasticidade sináptica e induzir prejuízo das funções de aprendizado e memória, que podem ser revertidos pela deleção do receptor. Portanto, o presente estudo teve como objetivo investigar se o modelo de DM1 provoca prejuízo de aprendizado e memória a curto prazo e se esses possíveis efeitos são protegidos pela deleção de TNFR1. Para isto, foram utilizados ao todo 120 camundongos machos nocautes para TNFR1Tnfr1tm1Mak (TNFR1 KO) e suas contrapartes selvagens (WT). Os animais foram submetidos ao modelo de DM1 induzido por uma única dose alta de STZ (200 mg/kg) via intraperitoneal. Os animais em que a glicemia em jejum ultrapassou 250 mg/dL três dias pós STZ foram incluídos no estudo. Foram realizados dois experimentos separados para acompanhar o perfil comportamental dos animais ao longo de uma semana (experimento 1) e ao longo de duas semanas (experimento 2). No experimento 1 foram realizados uma bateria de testes comportamentais (alternância espontânea, labirinto em cruz elevado, campo aberto, reconhecimento de objetos e esquiva passiva), enquanto no experimento 2 apenas dois testes foram realizados (alternância espontânea e teste de procura por novidade). No experimento 1 foi observado prejuízo de memória associativa nos animais TNFR1 KO em comparação com o grupo WT, porém sem diferença significativa entre os grupos diabéticos em nenhum dos testes de aprendizado e memória. Alterações no teste de campo aberto apontam para um aumento do comportamento tipo-ansioso nos grupos diabéticos, contudo não houve alterações significativas no labirinto em cruz elevado. Além disso, os grupos diabéticos tiveram comportamento locomotor reduzido em todos os testes. No experimento 2 houve redução da memória de trabalho no grupo TNFR1 KO em comparação com o WT, porém sem diferenças entre os grupos diabéticos. O teste de procura por novidade não demonstrou alteração dos parâmetros relacionados à ansiedade, porém demonstrou que prejuízo locomotor observado no experimento 1 ocorreu por conta de danos motores e não por uma redução da motivação para exploração de novos estímulos. Conjuntamente, o DM1 a curto prazo não provoca redução das funções de aprendizado e memória, porém aponta para uma elevação do comportamento tipo-ansioso que precisa ser melhor investigada em futuros trabalhos. Por outro lado, os danos motores surgem nos primeiros dias pós STZ e não são protegidos pela ausência do TNFR1.