Fator de necrose tumoral e seus receptores no estroma de lesões ovarianas não neoplásicas e neoplasias ovarianas benignas e malignas.
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1626 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: O câncer de ovário tem alta letalidade entre as neoplasias ginecológicas. Possui, no estroma peritumoral, vários tipos celulares além das células cancerígenas, que coordenam a sobrevivência, o crescimento, a invasão e a progressão do tumor. O microambiente tumoral possui moléculas que podem ser alvos potenciais para novas terapias contra o câncer. Pacientes com câncer de ovário podem apresentar níveis elevados de TNF e Tregs expressando TNFR2, que está associado à capacidade supressora. Há cada vez mais evidências de que a expressão de TNFR2 no microambiente do câncer tem implicações significativas na progressão do câncer, metástase e evasão imune. Vários estudos têm demonstrado que a associação do TNF-alfa e seus receptores com prognóstico no câncer de ovário podem ser alvos de novas estratégias de tratamento. OBJETIVOS: O objetivo do estudo foi avaliar a imunomarcação estromal de TNF-α e seus receptores em neoplasias ovarianas malignas, comparando-a com neoplasias ovarianas benignas e lesões ovarianas não neoplásicas; relacionar a imunomarcação com fatores prognósticos clínicos, laboratoriais e patológicos; relacionar sobrevida livre de progressão e sobrevida global na neoplasia maligna de ovário, de acordo com valores de TNF-α e seus receptores. MATERIAL E MÉTODOS: Pacientes atendidas no Ambulatório de Massa Pélvica foram tratados cirurgicamente de acordo com critérios pré-estabelecidos. Pacientes com neoplasia epitelial ovariana benigna (n=37) ou maligna (n=43) e lesão ovariana não neoplásica (n=15) foram incluídas no estudo. Estudo imuno-histoquímico foi realizado para avaliar TNF-alfa estromal, TNFR1 e TNFR2. A comparação entre os grupos foi realizada pelo teste Qui-Quadrado, com nível de significância inferior a 0,05. Os seguintes dados dos prontuários foram registrados em um banco de dados específico para o estudo: idade, estado hormonal, tipo histológico, grau histológico, estadiamento (FIGO), tipo de carcinogênese (tipo I e tipo II), parâmetros de hemograma e resultados de imunohistoquímica para TNF-alfa, TNFR1 e TNFR2. Para o estudo imuno-histoquímico, foi utilizada a técnica de estreptoavidina-biotina-peroxidase, e o TNF-alfa e seus receptores foram avaliados no estroma peritumoral. Os valores dos marcadores tumorais e parâmetros do hemograma foram comparados pelo teste de Mann-Whitney. Para os parâmetros que foram estatisticamente significativos, a curva receiver operating characteristic (ROC) foi usada para obter a área sob a curva (AUC) e para determinar os melhores valores de corte entre a imunocoloração fraca (0/1) e forte (2/3). Para os dados com significância estatística, foi realizada análise multivariada. O nível de significância foi inferior a 0,05. RESULTADOS: A imunocoloração do TNF-alfa estromal foi mais intensa (2/3) comparando neoplasias ovarianas benignas (p<0,0001) e malignas (p<0,0001) com tumores não neoplásicos. A imunomarcação para TNFR1 foi mais forte (2/3) no estroma de neoplasias malignas em comparação com neoplasias benignas (p<0,0001), e mais forte (2/3) quando comparadas neoplasias benignas com lesões ovarianas não neoplásicas (p=0,0002). Para o TNFR2, a imunocoloração do estroma foi mais forte (2/3) nas neoplasias malignas em comparação com as neoplasias benignas (p=0,0091), e mais forte nas neoplasias malignas em comparação com as lesões não neoplásicas (p=0,0004). Para TNF-alfa, analisando as curvas ROC, houve significância estatística para basófilos (valor de corte > 0) e neutrófilos (valor de corte ≤ 3900) entre imunocoloração forte (2/3) e fraca (0/1). Em relação ao TNFR1, foi encontrado um valor de corte de monócitos > 312/mm3. Em relação ao TNFR2, o valor de corte do CA-125 foi ≤ 95,16U/ml. Ainda em relação ao TNFR2, o valor de corte para o número absoluto de plaquetas foi ≤ 298.000/mm3. Não houve significância estatística com os demais parâmetros do hemograma e marcadores tumorais avaliados. Após estabelecer os valores de corte pelas curvas ROC, foi realizada uma análise multivariada, que mostrou que uma contagem absoluta de monócitos > 312/mm3 está associada a forte imunomarcação estromal (2/3) de TNFR1, e um valor plaquetário ≤ 298.000/ mm3 está associado com forte (2/3) imunocoloração estromal de TNFR2. CONCLUSÃO: Uma imunomarcação mais forte para TNF-alfa e seus receptores foi encontrada em câncer de ovário, sugerindo que eles podem ser alvos de mais estudos para verificar seu papel na carcinogênese e na progressão de neoplasias ovarianas. A contagem absoluta de monócitos > 312/mm3 está associada a forte (2/3) imunocoloração estromal de TNFR1, e a contagem de plaquetas ≤ 298.000/mm3 está associada a forte (2/3) imunocoloração estromal de TNFR2. |