Papel dos receptores de TNF no desenvolvimento da imunossupressão pós-sepse

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Melo, Paulo Henrique de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17147/tde-28052018-164308/
Resumo: A sepse é uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica decorrente de um processo infeccioso, a qual acarreta alta taxa de mortalidade. Relatos da literatura tem demonstrado que pacientes e animais de experimentação que sobrevivem à sepse desenvolvem quadro de imunossupressão tardia, o qual contribui com a maior sucetibilidade destes a infecções secundárias. Nosso grupo demonstrou que as células T reguladoras (Tregs) participam ativamente do desenvolvimento desta imunossupressão. O Fator de Necrose Tumoral (TNF) é uma citocina pleotrópica responsável por diversas funções durante a resposta inflamatória, apresentando dois receptores responsáveis pelas suas atividades: o TNFR1 e o TNFR2. Foi demonstrando que o TNF exerce um importante papel na atividade de Tregs, induzindo a proliferação, estabilização do fenótipo e aumentando sua atividade imunossupressora, sugerindo que tais atividades sejam atribuidas ao TNFR2. Desta forma, nosso objetivo foi avaliar a participação dos receptores de TNF no desenvolvimento da imunossupressão pós-sepse. Para isso animais WT, TNFR1-/- e TNFR1/2 -/- foram submetidos à sepse grave, induzida por CLP e tratados com um suporte básico (reposição hidríca e antibioticoterapia). Inicialmente avaliamos a participação dos receptores de TNF na fase aguda da sepse. Demonstramos que nesta fase os receptores de TNF, principalmente TNFR1, apresentam um papel prejudicial na migração de neutrófilos, no controle do processo infeccioso e nas lesões de orgãos decorrentes da sepse. Posteriormente, os animais sobreviventes foram infectados com um dose subletal de L. pneumophila i.n 15 dias após a CLP. Avaliamos a participação dos receptores TNF na sucetibilidade à infecção secundária induzida por L. pneumophila em animais sobreviventes à sepse. Observamos que animais TNFR1-/- sobreviventes à sepse são mais suscetíveis, ao passo que animais TNFR1/2-/- sobreviventes à sepse são resitentes à infecção secundária em relação aos animais WT sobreviventes à sepse. Avaliamos então, a expansão de Tregs no baço destes animais sobreviventes à sepse e, observamos que animais TNFR1-/- apresentam aumento da expansão de Tregs, ao passo que os animais TNFR1/2-/- não apresentaram expansão de Tregs comparados ao WT. Observamos também que as Tregs apresentam maior densidade de receptores de TNF do que as células T convencionais e, que durante a sepse ocorre aumento da densidade destes receptores nas Tregs. Sugerimos então que possivelmente o TNFR1 seja um regulador negativo, enquanto o TNFR2 possa assumir um papel na regulação positiva na expansão de Tregs após a sepse, durante o desenvolvimento da imunossupressão.