Estudos sobre mortalidade no município de Ribeirão Preto, SP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Moreira, João Paulo Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-29072024-153622/
Resumo: Com o fim da segunda guerra mundial, influenciado pelas transições demográfica e epidemiológica, houve um crescimento populacional sem precedentes em todo o mundo. Os países em desenvolvimento experimentaram cenários mais complexos decorrentes da falta de infraestrutura para receber o contingente de pessoas que migraram do campo para as áreas urbanas, gerando disparidades socioeconômicas cada vez mais exacerbadas, principalmente em municípios de grande porte. Como resultado dessas mudanças, as pessoas começaram a viver mais, e os óbitos que ocorriam majoritariamente por doenças infecciosas deram lugar as doenças crônicas não transmissíveis, caminhando em conjunto a uma população cada vez mais envelhecida. O surgimento da crise sanitária global de COVID-19 em 2020 evidenciou as divergências encontradas nos países, aumentando as taxas de mortalidade em todo o mundo. Delineou-se um estudo observacional de corte transversal cujo objetivo foi caracterizar o perfil de mortalidade do município de Ribeirão Preto, SP no biênio 2019/2020, comparando-os. Para tanto, foram analisadas informações provenientes de declarações de óbito, obtidas nos cartórios de registro civil do município. As variáveis utilizadas foram tipo de óbito, sexo, raça/cor, naturalidade, idade, estado civil, local de residência, local de ocorrência, idade gestacional (para óbitos fetais), e condição e causa do óbito de acordo com os capítulos da CID-10, agrupadas entre as seis regiões administrativas do município (Centro, Zona Leste, Zona Norte, Zona Oeste, Zona Sul e distrito de Bonfim Paulista). Foram calculadas as frequências relativa e absoluta das variáveis; coeficientes de mortalidade para o município, regiões e sexo; razão de sexo; anos potenciais de vida perdidos por capítulo da CID-10, e idade na morte, com as medidas média, mediana, desvio padrão e moda, no software Epi-Info®. Foram utilizados dados sociodemográficos e econômicos do Censo Demográfico do IBGE referente a 2010, nascidos vivos do DATASUS e dados climatológicos de temperatura e umidade da CETESB associando a óbitos por doenças dos aparelhos circulatório e respiratório. Para análise espacial foram confeccionados mapas temáticos no software QGIS 3.30.1. Ocorreram 9.702 óbitos no biênio analisado, sendo 4.394 em 2.019, e 5308 em 2020, com 20,8% de crescimento. Os coeficientes ficaram em 7,3/1000 habitantes no primeiro ano, e 8,7/1000 no segundo ano. A Zona Norte apresentou o maior número de óbitos em ambos os anos (39,9% e 28,9%, respectivamente), porém o Centro apresentou o maior coeficiente, 11,5/1000 habitantes em 2019 e 11,2 em 2020. Os Capítulos IX e X da CID-10 contaram com 47,9% dos óbitos em 2019, sendo esperado uma redução de 3,1% nos óbitos decorrentes do Capítulo X a cada grau acrescido na temperatura média mínima. Em 2020, 996 (18,8%) óbitos foram associadas a COVID-19. Houve aumento de 19,4% nos óbitos por neoplasias entre os anos, ocorrendo 33,7% em órgãos digestivos, porém o órgão mais acometido foi o pulmão. As causas externas representaram 4,9% dos óbitos em ambos os anos, com crescimento de 14,2%, em sua maioria por acidentes (59,5%). Foram considerados 99 óbitos fetais no período, com 36,4% decorrentes de causas mal definidas, de acordo com a Lista Brasileira de Óbitos Evitáveis pelo Sistema Único de Saúde- Óbito Fetal, principalmente na Zona Norte (40,4%). Estudos como este, que analisam onde e porque os indivíduos vão a óbito, com auxílio da análise espacial, podem ajudar a direcionar ações para as populações assistidas pelos serviços de saúde, indicando doenças mais prevalentes, e quais medidas podem ser tomadas para proporcionar maior qualidade de vida e longevidade.