Estudo dos centenários de Ribeirão Preto - Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Duarte, Paulo de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-20072016-090416/
Resumo: Introdução: Centenários são indivíduos que atingiram um século de vida, ou seja, viveram cerca de 20 anos a mais do que a expectativa de vida média da população de países desenvolvidos e 25 anos a mais do que em países em desenvolvimento, como o Brasil. Eles fazem parte do segmento populacional que mais cresce no mundo, sendo estimados aproximadamente 3,8 milhões de idosos nessa faixa etária até a metade deste século. O entendimento das bases da longevidade e do envelhecimento saudável ainda permanece como grande desafio das ciências biológicas no século 21. Objetivos: 1) Conhecimento das características físicas, cognitivas, psíquicas, funcionais e nutricionais da população de centenários presentes na cidade de Ribeirão Preto-SP. 2) Comparar os diversos resultados obtidos entre os centenários com e sem síndrome demencial, desnutridos e não-desnutridos e com independência ou dependência funcional para Atividades Básicas de Vida Diária (ABVDs) pela escala de KATZ. 3) Analisar a expressão gênica transcricional (por qPCR em tempo real) dos genes de interesse IGF1, IGF2, IGF1R, APOE-4, FOXO1 e FOXO3, em linfócitos de sangue periférico dos idosos centenários. Casuística e Métodos: Trata-se de um estudo transversal de base populacional com idosos centenários residentes em Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Foram obtidas as medidas de peso, altura e pressão arterial, bem como a bioimpedância elétrica. Foi realizada avaliação geriátrica global, por meio de diversas escalas consagradas e análise do desempenho físico e do risco nutricional desses centenários. Numa segunda oportunidade, os pacientes receberam a visita, em jejum, para a coleta de exames laboratoriais, que foram enviados para análise da expressão genética dos genes de interesse. Resultados e Conclusões: Dos 59 centenários residentes na cidade, foram avaliados 33, com média de idade de 101 anos, sendo 27 (81,8%) do sexo feminino, 12 deles (36%) com capacidade cognitiva preservada, assim como independência para ABVDs. Quatorze (58,3%) dos pacientes que responderam a Escala de Depressão Geriátrica não apresentaram sintomas de depressão e demonstraram autopercepção de saúde satisfatória. Do ponto de vista nutricional, 33,3% deles puderam ser classificados como desnutrição instalada, por meio da Mini Avaliação Nutricional (MAN), aumentando para 84,8%, se somados aqueles em risco nutricional. O desempenho físico dos idosos, medido por meio da Short Physical Performance Battery, está significativamente correlacionado, de maneira inversa, ao Fator de Necrose Tumoral, à Interleucina-6, PCR ultra sensível, alfa 1 glicoproteína ácida, velocidade de hemossedimentação e Homocisteína, assim como, de maneira direta, à albumina e ao HDL Colesterol. Os centenários apresentaram elevadas taxas de deficiência de vitamina D e aumento de Homocisteína. Os resultados mostraram que na população estudada não houve diferença significativa na expressão dos genes IGF1R, IGF1, FOXO1, FOXO3 e APOE-4 na comparação entre os grupos demência e não-demência, entre os grupos independência e dependência para ABVDs e entre os desnutridos e não-desnutridos. Houve tendência de diferença na expressão do gene IGF1 entre os grupos demência e não-demência (p=0.07)