Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Colacique, Maria Aparecida Mazzante |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-19052006-155102/
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Resumo: |
O sofrimento faz parte da vida e o homem tem de dar-lhe um sentido como desafio de sua existência. No padecimento psíquico e físico surgem algumas questões fundamentais da existência humana a ser analisadas, como re-orientar a pessoa que sofre a descobrir nova adequação à realidade e a encontrar o ethos e o pathos. O objetivo deste trabalho foi pesquisar o sofrimento psíquico de pessoas sob atendimento psicológico envolvidas simultaneamente com processos em tramitação na Justiça, e intervir psicologicamente sobre o paciente e sobre seus familiares e responsáveis para encontrarem alívio às suas ansiedades, necessitando estabelecer alguns parâmetros diferenciados para o desenvolvimento da terapia. O suporte teórico adotado foi a psicanálise e outras concepções contemporâneas da mente humana. A concepção desta tese pressupõe diferentes níveis epistemológicos, articulando-se a projeção do psíquico com a vertente da psicanálise e das ciências sociais caracterizadas pela crise da representação da pós-modernidade. Os efeitos desses fatores recaem no indivíduo, na família e nas instituições. Foram estudados 10 casos, porém apenas dois foram selecionados por serem considerados emblemáticos, representando toda a amostra. A pesquisa versou baseada no Código de Ética do Psicólogo (CEP), balizando a dinâmica dos atendimentos nos casos apresentados e estabelecendo o setting como recurso para atingir um ambiente acolhedor de holding, dentro dos parâmetros permitidos sob os princípios fundamentais da Ética. Observou-se neste estudo a existência de um sofrimento psicológico singular nas pessoas que precisam da Justiça. Este sofrimento abrange danos morais, gerando instabilidade emocional e dificultando a execução das atividades que se apresentam no cotidiano. No desenvolvimento do trabalho algumas descobertas específicas motivaram certas reflexões e conclusões. A natureza da violência é singular e coletiva e surge como um problema de saúde psíquica, que acarreta por sua vez um aumento crescente da violência. Existem falhas no desenvolvimento do self, prejudicado pelas distorções de objetos internalizados e causados, por sua vez, pela situação de violência vivenciada. Quanto maior a distorção, maior o prejuízo emocional. A introjeção da figura paterna e materna pode significar um holding ou uma experiência desastrosa. A ajuda por parte dos familiares e responsáveis diante do impacto ocorrido nas diversas situações vividas pelos sujeitos é proporcional à qualidade do vínculo existente. As narrativas dos sujeitos contêm um discurso coletivo de elementos persecutórios como o desprezo, a vergonha, o medo, e o conflito intenso e contínuo. Verificou-se que tanto a vítima como o agressor, os familiares envolvidos e os responsáveis precisam de cuidados e merecem a oportunidade de receber atendimento psicológico, minimizando o impacto dos sofrimentos psíquicos diante dos processos jurídicos e aliviando os efeitos individuais e coletivos da violência. |