Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Galvan, Gabriela Bruno |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-20052009-155102/
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Resumo: |
Este trabalho surgiu a partir da experiência como psicóloga do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Mais especificamente ao longo dos anos trabalhando no Grupo de Prótese e Órteses, com pessoas que sofreram amputação de um ou mais membros. A perda de uma parte do corpo implica alterações significativas na vida de um indivíduo, sendo que as amputações decorrentes de acidentes em geral têm a característica de serem súbitas e imprevisíveis, ocasionando mudanças bruscas para as quais não existe preparo possível. A principal questão que norteou este trabalho diz respeito às conseqüências psíquicas que uma perda física pode ocasionar. Procurou-se compreender de que forma, diante de uma ruptura no corpo, há uma interferência na organização psíquica e na maneira pela qual o indivíduo percebe o mundo e se percebe nele; isso, durante o período de reabilitação. Buscou-se refletir sobre um momento de perda da integridade corporal e seus reflexos na unidade psicossomática, a partir de casos clínicos, tendo como referência a psicanálise winnicottiana. Dessa forma, levou-se em conta o percurso do desenvolvimento emocional segundo a teoria do amadurecimento pessoal de D.W.Winnicott para se refletir acerca da possível relação existente entre o estágio alcançado nas tarefas próprias do desenvolvimento normal pelo indivíduo e as conseqüências em termos da continuidade ou não do processo de amadurecimento após a amputação. Para esta investigação utilizou-se o método clínico e o referencial psicanalítico, sendo que para a análise da questão proposta neste trabalho foram apresentados quatro casos clínicos. A perda de uma parte do corpo ocasionou mudanças em todos os indivíduos que fizeram parte deste estudo. Mudou o corpo, a forma de se locomover, o trabalho, o sustento pessoal e familiar, o contato social. Porém a maneira por meio da qual cada um percebeu, significou e vivenciou essa perda e essas mudanças não foi equivalente nem determinada pela qualidade da perda. Assim, concluímos que as conseqüências psíquicas de uma perda física serão aquelas relativas às condições que cada indivíduo tem de elaborar imaginativamente essa perda e transformá-la em vivência, experiência, história pessoal e interpessoal. A articulação da teoria com a análise e discussão do material clínico permitiu perceber que não é possível caracterizar uma clínica dos amputados. Isso porque o que temos são tantas clínicas quanto nos for possível conhecer os indivíduos amputados em seu processo de amadurecimento pessoal anteriormente à amputação. Ou seja, uma amputação não direciona incondicionalmente o modo de um indivíduo estar no mundo, mas implica alterações significativas em sua existência, o que remete à necessidade de reformulações em sua identidade para incluir essa nova dimensão de experiência. A dificuldade em realizar a elaboração imaginativa dessa perda, pode tornar a amputação um acontecimento não integrado na vida de uma pessoa, com conseqüências prejudiciais à sua saúde e ao seu desenvolvimento. |