Estudo piloto, prospectivo e randomizado sobre o efeito do monitoramento da temperatura esofágica com termômetro multipolar na incidência de lesões esofágicas após ablação do átrio esquerdo para tratamento da fibrilação atrial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Moura, Daniel Moreira Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-17082022-154119/
Resumo: INTRODUÇÃO: A fístula átrio-esofágica é uma das complicações mais temidas da ablação da fibrilação atrial. Sua fisiopatologia ainda não está completamente elucidada, porém, as lesões térmicas esofágicas são consideradas lesões precursoras. O aumento da temperatura intraluminal esofágica está associado ao seu surgimento. Diversas estratégias de prevenção dessas lesões já foram estudadas. A redução da potência de radiofrequência durante aplicações na parede posterior do átrio esquerdo e a monitorização da temperatura luminal esofágica são as estratégias mais usadas; porém, não há consenso quanto ao uso dessas abordagens. MÉTODOS: Pacientes encaminhados para ablação de fibrilação atrial foram randomizados em três grupos com vinte pacientes cada. Grupo 1: sem monitorização da temperatura esofágica e com redução de potência na parede posterior para 20 W. Grupo 2: termômetro unipolar (Braile Biomedical). Grupo 3 com termômetro multipolar (Circa S-Cath). Nos dois últimos grupos, caso a temperatura esofágica atingisse 37,5°C, a potência era reduzida para até 20 W. Em até três dias após a ablação, todos os pacientes foram submetidos a endoscopia digestiva alta e classificados de acordo com a presença de lesões esofágicas em quatro níveis. Grau I: hematoma; Grau II: eritema; Grau III: erosão; Grau IV: úlcera. Os pacientes foram seguidos por meio de contato telefônico e avaliados quanto à recorrência de fibrilação atrial por meio de Holter 24 horas e eletrocardiograma. RESULTADOS: As características basais dos pacientes eram semelhantes. Todos os pacientes foram submetidos à ablação de fibrilação atrial com isolamento das veias pulmonares e realizaram endoscopia. No grupo 3, não houve lesões esofágicas. Cinco pacientes tiveram lesões no grupo 1, sendo uma lesão grau II, duas grau III e duas grau IV. Por fim, seis no grupo 2: duas grau II, três grau III e uma grau IV (P=0,006). No grupo 3, foram atingidas temperaturas maiores do que no grupo 2 (37,9°C x 38,45°C, P=0,018). Não houve diferença entre os grupos no tempo para obter o isolamento das veias pulmonares nem no tempo total de aplicação de radiofrequência (P=0,250; P=0,253). Os pacientes com lesão esofágica foram submetidos a nova endoscopia sete a dez dias após o procedimento, e não foram encontradas lesões esofágicas. Os pacientes foram seguidos por seis meses; em dois pacientes, houve recorrência da fibrilação atrial; porém, sem diferença entre os grupos (P=0,45). CONCLUSÃO: O monitoramento da temperatura esofágica com termômetro multipolar reduziu a incidência de lesões esofágicas quando comparado ao uso de termômetro unipolar ou a não utilização de monitoramento esofágico durante ablação de fibrilação atrial