Deslocamento do esôfago para prevenção de lesão esofágica durante a ablação por cateter da fibrilação atrial: avaliação da segurança em suínos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Renner Augusto Raposo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-22092022-164637/
Resumo: Introdução: A fístula atrioesofágica é uma complicação grave da ablação da fibrilação atrial (FA). O deslocamento do esôfago durante a aplicação de radiofrequência (RF) na parede posterior do átrio esquerdo (AE) é uma estratégia de prevenção das lesões térmicas esofágicas, embora associado à lesão traumática em estudos iniciais. Objetivos: 1: Avaliar a segurança de um dispositivo de deslocamento esofágico (DDE) de nitinol em um modelo suíno e 2: Analisar o deslocamento alcançado do esôfago e avaliar suas relações anatômicas no mediastino. Métodos: Estudo pré-clínico para testar um DDE desenvolvido no InCor, aprovado por comitê científico e de ética em animais. Vinte suínos foram submetidos à inserção do DDE (deslocamento para direita e depois esquerda) sob protocolo de ablação de FA com anestesia geral e anticoagulação. Metade foi submetida à aplicação de RF (grupo DE-RF) e outra não (grupo DE-1), de maneira alternada. A temperatura esofágica foi monitorada durante a ablação. Os animais foram submetidos à eutanásia. O esôfago, a faringe e a laringe foram coletados para estudo anatomopatológico. A lesão esofágica traumática foi graduada de 0 a 4, agrupada em: ausente (0), baixo (1a, 1b ou 2), moderado (3) ou alto risco (4). Lesões de baixo risco foram consideradas aceitáveis. As mensurações do deslocamento esofágico foram feitas a partir da fluoroscopia. Resultados: Mediana de peso 32 kg (Q1: 30; Q3: 35). Lesões esofágicas traumáticas foram encontradas em cinco suínos (25%), todas aceitáveis. Em três suínos, foram visualizadas lesões apenas à microscopia (grau 1a); em dois também à macroscopia: um hematoma discreto da adventícia (grau 1b) e uma úlcera superficial de 2mm (grau 2). Não houve lesão térmica esofágica. Não houve diferença na incidência de lesão entre grupo com e sem RF (30% e 20%, p = 0,43). Sob deslocamento para a direita, a borda direita (empurrada) deslocou uma mediana de 23,9 mm (Q1: 21,3; Q3: 26,3), enquanto a borda esquerda (arrastada), 16,3 mm (Q1: 13,8; Q3: 18,4, p <0,001). Sob deslocamento para a esquerda, a borda direita (arrastada) moveu-se 13,5 mm (Q1: 10,9, Q3: 15,3) e a esquerda (empurrada), 16,5 mm (Q1: 12,3; Q3: 18,5, p = 0,07). O deslocamento para a direita foi maior que para a esquerda, tanto para as bordas empurradas (p <0,001) quanto para as arrastadas (p = 0,004). A mediana de distância entre a parede posterior do AE e o esôfago, no modelo suíno, foi 29,1 mm (Q1: 26,1; Q3: 31,8), e não houve aquecimento esofágico. Em um dos suínos, houve um evento adverso grave fora do protocolo, com perfuração do divertículo faríngeo após intercorrência de extubação acidental e reposicionamento do DDE. Conclusões: O DDE testado foi seguro e eficaz no deslocamento esofágico em um modelo suíno, embora uma lesão grave tenha ocorrido em evento adverso fora do protocolo. O DDE foi eficaz e houve deslocamento esofágico mais amplo para o lado direito do mediastino