Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Spina, Fabiana Verardino |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-12022014-144912/
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Resumo: |
Introdução: Programas de Tutoria (modalidade mentoring) têm sido reconhecidos em seus méritos, conquistando espaço nas instituições que investem na formação integral de seus alunos. Na formação médica, além de aprender a técnica, o jovem tem a necessidade de amadurecer para lidar com o sofrimento do outro, o que justifica a relação de proximidade e cuidado proporcionada pelo Mentoring. Esta relação, embora desejada e promissora, é bastante complexa e influenciada por características pessoais, questões institucionais e pelo próprio enquadre de funcionamento. No Programa Tutores FMUSP, o estar em grupo é outro elemento a se considerar, incluindo a presença de dinâmicas inconscientes, tal como descritas pela teoria psicanalítica de Wilfred Bion. Bion sugere que os grupos podem operar de duas maneiras distintas, as quais afetam seus objetivos - o \"grupo de trabalho\" (funcionamento colaborativo) e \"o grupo de suposto básico\" (funcionamento regredido). Objetivos: Para aprofundar a compreensão das relações de mentoring, este estudo investigou a dinâmica de um grupo de tutoria do Programa de Tutores FMUSP ao longo de um ano. Teve como objetivos específicos a descrição dos encontros realizados e sua análise a partir do referencial psicanalítico bioniano sobre grupos. Metodologia: O estudo foi realizado numa abordagem qualitativa, estudando o fenômeno em seu ambiente natural, Realizou-se um estudo de caso, por meio de observação participante, acompanhando os encontros de um grupo de tutoria em seus encontros mensais no Programa Tutores FMUSP, no período de abril de 2009 a março de 2010. Foi utilizado um roteiro de observação e um caderno de notas. Por meio da análise de conteúdo foram estabelecidas categorias articuladas aos objetivos do estudo. Resultados: O grupo observado, por sua formação artificial, mostrou-se de complexo manejo. O tutor, neste enquadre, precisou criar condições que favorecessem a ligação entre os participantes. As características pessoais e disposição do tutor e dos alunos favoreceram o compartilhamento de experiências e a formação de vínculos. O cotidiano da formação médica dificultou o estar no grupo, mas não impediu que o encontro ocorresse quando temas interessantes, prazerosos e da ordem da \"descompressão\" das angústias estiveram presentes. O grupo observado funcionou, predominantemente, de forma colaborativa, como um \"grupo de trabalho\". Também apresentou, como proposto por Bion, momentos de funcionamento regredido, derivados de fantasias inconscientes. O suposto básico de luta ou fuga manifestou-se no grupo em situações de cobrança e julgamento; a dependência quando houve intensa valorização da experiência do tutor e o acasalamento quando houve formação de pares não produtivos no grupo. O estilo do tutor, associado às características dos alunos, foi essencial para que o grupo saísse dos momentos regredidos e voltasse a funcionar de forma colaborativa. Conclusão: A proximidade e a intimidade com o grupo de tutoria revelaram aspectos importantes a respeito do que pode acontecer na relação de mentoring. Além de aspectos pessoais e do contexto institucional, fenômenos grupais inconscientes podem afetar o funcionamento de um grupo de tutoria. Programas desenvolvidos neste enquadre devem considerá-los para a compreensão da relação de mentoring em profundidade e para o manejo das dificuldades inerentes ao processo |