Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Gonçalves, Marina de Castro Nascimento |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-24052011-120039/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O Mentoring, relação em que uma pessoa mais experiente acompanha e orienta um jovem iniciante em seu percurso, tem sido adotado nas escolas médicas como estratégia para oferecer suporte pessoal e estimular o desenvolvimento profissional do futuro médico. Estudos da área assinalam que também os mentores referem mudanças e benefícios ao longo do tempo, mas não aprofundam a dinâmica e o significado dessas transformações. A partir da consideração de que aspectos inconscientes estão presentes na relação de Mentoring, este estudo aborda o tema segundo alguns conceitos da Psicologia Analítica, com destaque para o arquétipo do Herói, articulando-os ao campo da Educação Médica. OBJETIVOS: Explorar as percepções e o significado atribuído por tutores, com papel de mentores, às suas vivências, buscando compreender suas motivações, vicissitudes, recursos e transformações percebidas ao longo do tempo. MÉTODO: A investigação consiste em um estudo qualitativo junto a catorze tutores do Programa de Tutoria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Procurou-se, intencionalmente, a heterogeneidade do grupo investigado. Os dados foram coletados ao longo do segundo semestre de 2008 e janeiro de 2009, por meio de entrevista semidirigida. O material foi analisado segundo a técnica de análise de conteúdo, com o estabelecimento de núcleos temáticos articulados aos objetivos do estudo. RESULTADOS: Os tutores entrevistados revelaram motivações relativas ao aluno (seja o aluno de hoje, seja o tutor quando aluno no passado) e à instituição (oficializar a função, colaborar com a formação, atualizar-se sobre a faculdade, retribuir oportunidades recebidas). Parte importante dos tutores reconheceu dificuldades ao longo do caminho envolvendo dúvidas iniciais, frustração com a adesão dos alunos e sobrecarga derivada do cotidiano acadêmico-profissional. Para lidar com as dificuldades, os tutores destacaram recursos externos, como a Coordenação do Programa, os supervisores e outros colegas tutores, e internos, especialmente sua experiência de vida. Muitos dos tutores entrevistados relataram mudanças: houve revisão de si mesmos e do contexto em que estão inseridos, aprendizado e recompensas, especialmente o estar em contato com a juventude atual. Há tutores, entretanto, que não identificaram transformações derivadas da experiência: justificaram que este tipo de relação com os alunos já estava presente em seu cotidiano, observaram mudanças apenas nos alunos ou, ainda, referiram não desejar ou não haver o que ser transformado. CONCLUSÕES: Há entre os tutores um desejo de restabelecer a antiga, significativa e próxima relação do mestre com o seu discípulo, da qual os professores de hoje referem sentir falta; eles valorizam o ser docente e a oportunidade de reafirmar seu vínculo com a Instituição, da qual são especialmente gratos: a FMUSP. Simbolicamente, buscam estar em contato com o seu aluno interno ferido, e dele cuidar. A relação permite ao tutor um encontro e um reencontro: reparador do passado e, ao mesmo tempo, rejuvenescedor e que o atualiza quanto ao presente. Encontram dificuldades no caminho da realização desse encontro e, nessa jornada, podem (mas não necessariamente isso acontece) transformar e ser transformados pelo outro |