Por uma pedagogia hip-hop: o uso da linguagem do corpo e do movimento para a construção da identidade negra e periférica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Dias, Cristiane Correia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-12122018-152518/
Resumo: A pesquisa objetiva analisar em que medida as expressões estéticas do hip-hop, em especial a dança breaking, coadunam-se com a ideia de Béthune (2003) de telescopia histórica, de acordo com a qual tais manifestações tenderiam a atualizar a tradição cultural afro-americana e afro-brasileira por meio de um olhar estético contemporâneo, como estratégia de luta e de fortalecimento sociocultural para a juventude negra e periférica. Desse modo, considerando as necessidades da educação pública brasileira, pretende-se propor estratégias didáticas para preparar essa juventude para o futuro, garantindo-lhe uma educação justa. A proposta é priorizar o desenvolvimento de habilidades e de competências necessárias para o desenvolvimento da juventude periférica, concebidas neste trabalho como letramento de reexistência. Ou seja, que propicie uma leitura crítica do mundo com base em uma interpretação do corpo negro que se abre para uma afromemória. Nesse sentido, esta pesquisa repensa o corpo do (a) jovem negro (a), como portador de uma afromemória, cujos sentidos são ressignificados por meio da dança breaking, relacionando-a com a herança cultural trazida dos (as) africanos (as) escravizados (as), por meio do diálogo entre as experiências estéticas ancestrais e contemporâneas. Dessa maneira, pretende contribuir para a reinvenção de uma educação afrocentrada. As reflexões apresentadas priorizam as leituras da filosofia do campo negro apresentadas por Molefi Asante (1988, 2003), Achille Mbembe (2014) e Frantz Fanon (1968, 2008) e, especificamente, do hiphop, tomou-se como base os trabalhos de Ana Lúcia Souza (2011) e Marc Lamont Hill (2014). Tais leituras foram feitas no sentido de orientar a pesquisa de campo realizada na ONG Casa do Zezinho, situada no Capão Redondo e em algumas escolas municipais de São Paulo, como parte de dois projetos de políticas públicas realizadas pelo grupo de pesquisa, O Hip-Hop e as Culturas afro-brasileiras, do qual faz parte esta dissertação, sob coordenação da orientadora, cujo objetivo foi propiciar a formação de professores (as) das redes públicas de ensino, a título de contribuição para a efetivação de políticas públicas amparadas pela lei 10.639/03, e, desse modo, contribuir para a decolonização do currículo.