O poder pastoral em Michel Foucault: o paradoxo do governo e cuidado da vida humana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Renato Carvalho de
Orientador(a): Ruiz, Castor Mari Martín Bartolomé
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/8241
Resumo: O poder pastoral é o poder de governar a vida humana que, em sua origem, é paradoxal, pois cuida dos indivíduos, ao mesmo tempo que governa suas condutas. O método desta pesquisa é a arque-genealogia: uma análise crítica dos saberes pastorais e das técnicas do poder pastoral que constituem o sujeito. O objetivo desta dissertação é analisar criticamente o poder pastoral, desde a sua origem pré-cristã até sua formação e sua institucionalização no Cristianismo. No Oriente pré-cristão, o poder pastoral é uma forma de governar os outros, baseada na ideia de que o pastor cuida das necessidades do rebanho e de cada ovelha, ao mesmo tempo que conduz a todos para um fim de governo, a subsistência terrestre. No Cristianismo primitivo, no monaquismo cristão e no Cristianismo medieval, o poder pastoral é a arte de governar comportamentos, baseada em alguns princípios. Primeiro, conduzir a todos e a cada um para uma finalidade governamental, a salvação da alma em outro mundo. Segundo, atrelar o sujeito a uma verdade de governo, o ser pecador, e fazê-lo reconhecer-se como tal, por meio da técnica da confissão de si, para obter o fim prometido. Terceiro, conhecer o sujeito a ser dirigido, para torná-lo obediente, através da técnica da direção de consciência, exercida pelo exame de consciência e pela confissão de si para outro. Quarto, estabelecer uma separação hierárquica entre quem governa e quem é governado, por meio da diferença entre clero e leigos. O poder pastoral também repercute nas formas modernas de governar os outros, isto é, na polícia, no liberalismo e no neoliberalismo.