De múmias, huacas e ídolos: a constituição do discurso idolátrico no Peru, século XVI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Murguía, Luis Alberto Martín Dávila
Orientador(a): Martins, Maria Cristina Bohn
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/11813
Resumo: Este trabalho de investigação procura estabelecer o processo de constituição do discurso idolátrico durante o período colonial inicial, entre os anos de 1532 e 1590, no território do vice-reino do Peru. A pesquisa procura esclarecer os diversos momentos pelos quais se foi conformando uma maneira de ver, representar e explicar o conjunto de crenças religiosas indígenas de acordo com uma visão de mundo ocidental e cristã. Fazendo uso de fontes históricas, tais como crônicas, relações, doutrinas, confessionários, sermões e dicionários, se procurou analisar como eram descritas as idolatrias indígenas e as relações que se estabeleciam com o dogma e as crenças cristãs. Dessa maneira, o discurso idolátrico começa a constituir-se sobre os elementos que respondiam a uma herança aristotélica e escolástica, dentro de um contexto colonial hispânico e em torno da descrição e representação de elementos culturais indígenas – como as huacas, os ídolos e as múmias ou mallquis – que passariam a ser caracterizados como idolátricos. Constitui, também, um elemento central do processo de evangelização nos Andes, a realização do Terceiro Concílio de Lima – em 1582-1583 – e a obra do jesuíta José de Acosta. É com a análise dos documentos produzidos com ocasião do Concílio e a obra de Acosta que se pode afirmar que o processo de constituição do discurso idolátrico se completa, na medida que produz uma representação instrumentalizada dessas crenças religiosas para servir à evangelização dos indígenas.