Idolatria e diferença colonial na concepção da escola jesuítica dirigida aos povos originários brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: GARCIA, Juliano Silva Bologna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais - IELACHS::Curso de Graduação em Letras
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1468
Resumo: Este trabalho de pesquisa propõe um estudo, com base na teoria descolonial, acerca do papel que a noção de idolatria assumiu na concepção da escola dirigida aos povos originários que os missionários da Companhia de Jesus implantaram no Brasil no decorrer do século XVI, dentro do projeto de ocupação colonial do Brasil pela Coroa portuguesa. Através de uma pesquisa bibliográfica com fontes secundárias do período, consideradas como objeto discursivo, para além de uma análise de conteúdo, e da leitura de textos críticos, o estudo visa avaliar a viabilidade de se usar a teoria descolonial do pensador argentino Walter Mignolo, que foi elaborada a partir de pesquisas sobre o colonialismo na América espanhola, na investigação sobre a história da escola no Brasil-Colônia. A teoria de Mignolo propõe a categoria da Colonialidade como categoria crítica à Modernidade, enfatizando a hierarquização do conhecimento, realizada no âmbito do sistema colonial, como estratégia hermenêutica da civilização ocidental, criando uma posição enunciativa que ele denomina diferença colonial. Relativamente à questão da idolatria religiosa, a análise dos textos do período torna visíveis, no contexto de choque entre culturas muito contrastantes como eram a ocidental e a tupinambá, mecanismos discursivos que caracterizam, na gênese da escola brasileira, marcas da diferença colonial estabelecida pelo sistema colonialista entre Colônia e Metrópole, com o objetivo de legitimar a soberania política da Metrópole europeia e a centralidade do Ocidente na produção e na reprodução do conhecimento. Assim, o trabalho intenta demonstrar o caráter político da primeira escola do país, empenhada na tarefa de aculturar os povos originários. Nesse sentido, o estudo pretende dar uma contribuição para a elaboração de uma hermenêutica pluritópica a respeito da experiência histórica de silenciamento das vozes dos povos originários que vivem no Brasil, como uma manobra política das monarquias europeias para a dominação desses povos, utilizando a escola como instrumento institucional para a realização dessa empresa.