Níveis diferenciais de proteínas relacionadas à autofagia na carcinogênese colorretal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Camargo, Amanda Cristofoli
Orientador(a): Siebert, Marina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/282793
Resumo: O carcinoma colorretal (CCR) representa um significativo desafio de saúde pública mundial, sendo o terceiro tipo de câncer mais prevalente e a segunda principal causa de mortes por câncer globalmente. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos celulares envolvidos no CCR é crucial para o desenvolvimento de novas terapias e para o aprimoramento dos métodos diagnósticos. A autofagia, um processo celular vital e conservado evolutivamente, é essencial para a degradação e reciclagem lisossomal de organelas e proteínas, sustentando a homeostase celular. Contudo, disfunções nesse mecanismo têm sido consistentemente vinculadas à carcinogênese. Este estudo teve como objetivo geral a investigação dos níveis de três proteínas relacionadas à autofagia (p62, beclina-1, e LC3), além do fator de transcrição EB e do marcador de proliferação celular Ki67 em amostras de tecido colorretal não-tumoral, lesões pré-malignas (pólipos) e tecido de CCR, correlacionando-os com a progressão do tumor e características clínico-patológicas. Amostras de 62 pacientes com CCR, 64 amostras de tecido não-tumoral e 10 pacientes com pólipos foram incluídas no estudo. Os tecidos foram organizados em tissue microarrays (TMAs) e submetidos à análise por imunohistoquímica usando anticorpos específicos para cada proteína. A quantificação dos níveis proteicos foi efetuada utilizando o software ImageJ, permitindo o estabelecimento de um índice de autofagia para cada amostra. Adicionalmente, realizamos análises de morfometria nuclear para detectar alterações morfológicas celulares e associá-las à autofagia e características histopatológicas do tumor. Os resultados indicaram um aumento significativo na expressão de p62 e uma diminuição nos níveis de LC3 nas amostras de CCR, sugerindo uma função autofágica alterada associada à progressão do tumor. O aumento na expressão de Ki67, um marcador de proliferação celular, destacou a intensa atividade proliferativa nas amostras de CCR e pólipos, evidenciando a agressividade da patologia. Além disso, a predominância de homens nos casos de CCR e a maior prevalência de mulheres nas lesões de pólipos sugerem influências hormonais e no estilo de vida/dieta na progressão da doença. As análises de morfometria nuclear revelaram mudanças substanciais na morfologia nuclear, incluindo o aumento do tamanho nuclear, que está associado com a malignidade avançada e instabilidade genômica. Tais alterações são consistentes com o comportamento agressivo das células tumorais em estágios avançados. A prevalência significativa do perfil p62Alto, beclina-1Baixo e LC3Baixo nas amostras de CCR sugere uma resposta autofágica disfuncional, que pode facilitar a progressão do tumor ao permitir o acúmulo de material celular danificado. A partir destes achados, é possível concluir que a desregulação da autofagia pode desempenhar um papel crítico na progressão do CCR, favorecendo a resistência e o avanço do tumor, o que resulta em um prognóstico desfavorável para os pacientes. Sugere-se que a realização de uma avaliação conjunta desses indicadores, ao invés de seu uso isolado, pode conferir uma melhoria da precisão prognóstica e proposição de novas abordagens terapêuticas no tratamento do CCR.