Avaliação dos níveis de autofagia e morfometria nuclear no carcinoma epidermoide de esôfago

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Iserhard, Ricardo
Orientador(a): Chiela, Eduardo Cremonese Filippi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188943
Resumo: O câncer de esôfago é a sexta causa de morte relacionada a neoplasias malignas no mundo. A taxa de sobrevida em 5 anos é inferior a 20 %, após o diagnóstico. O conhecimento da biologia básica e o desenvolvimento de novos marcadores diagnósticos e prognósticos podem contribuir para o manejo clínico desses tumores. A autofagia é um mecanismo fisiológico envolvido na degradação de organelas e proteínas disfuncionais ou envelhecidas. Perturbações na autofagia têm sido associadas à carcinogênese. Em nosso estudo: (a) comparamos os níveis de três indicadores de autofagia, SQSTM1, MAP1LC3B e BECN1 no epitélio esofágico não neoplásico e em amostras de carcinoma epidermoide de esôfago (ESCC); (b) analisamos a influência da idade, sexo e tabagismo no nível desses indicadores; (c) avaliamos a morfometria nuclear e sua correlação com a autofagia; e (d) examinamos a influência da autofagia na taxa de sobrevida e no estadiamento do ESCC. Para isso, selecionamos 32 biópsias de esôfago sem alterações associadas a neoplasia (grupo controle) e 53 amostras de ESCC. O material foi imunomarcado para SQSTM1, MAP1LC3B e BECN1, seguido da quantificação dos níveis proteicos e geração de um Índice Autofágico para cada amostra. Também foi realizada a análise morfométrica nuclear. A influência da autofagia nas taxas de sobrevida dos pacientes com ESCC foi estimada usando o banco de dados TCGA. Observamos um aumento nos níveis dos três indicadores de autofagia nas amostras de ESCC comparadas com o grupo controle. O AutoIndex, que acreditamos melhor representar o estado autofágico, comparado aos indicadores isolados, demonstrou diferença ainda maior entre os grupos. Encontramos uma redução na área nuclear no ESCC em comparação às amostras controle. Essa redução se correlacionou negativamente com o AutoIndex, sugerindo que alterações nucleares e na autofagia ocorrem concomitantemente ao longo da carcinogênese do ESCC. Utilizando o TCGA identificamos níveis elevados de MAP1LC3A/B, SQSTM1, Atg4A e Atg12 associados a um pior prognóstico e estadiamento avançado, sugerindo que a autofagia no ESCC contribua para a agressividade tumoral. Ainda usando o TCGA verificamos que a combinação de genes de autofagia dois a dois apresenta uma diferença ainda maior nas curvas de Kaplan-Meier entre pacientes com níveis elevados e baixos de autofagia. Ao final, a partir dos nossos resultados e dados da literatura, levantamos a hipótese de que quanto maior a diferença, para mais ou menos, da intensidade da autofagia em um tumor em relação ao tecido não neoplásico, pior o prognóstico. Em conclusão, observamos um aumento da autofagia no ESCC, e sugerimos que a combinação de indicadores deste mecanismo, mais do que o uso de marcadores isolados, tem potencial para uso na avaliação prognóstica no ESCC.