Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Peres, Ariadni Mesquita |
Orientador(a): |
Krolow, Rachel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/223214
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Resumo: |
Durante o início da gestação até os primeiros dias de vida dos roedores, o desenvolvimento cerebral é intenso e vários circuitos envolvidos com o comportamento alimentar são sensíveis à influência de fatores ambientais. A exposição ao estresse nos primeiros dias de vida desencadeia respostas fisiológicas que podem programar o estado metabólico e o comportamento alimentar dos animais no período da adolescência. Essa programação pode levar a um aumento no consumo de alimentos palatáveis, ganho de peso e comportamentos aditivos na vida adulta, de maneira sexo-específica. Nesse sentido, o consumo de azeite de oliva (AO) tem demonstrado reduzir o consumo calórico e o peso corporal, além de regular a neurotransmissão dopaminérgica. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do consumo de AO durante a gestação e lactação sobre o controle homeostático e hedônico do comportamento alimentar de ratos adolescentes submetidos à separação materna (SM). Ratas Wistar primíparas no primeiro dia gestacional foram alocadas em dois grupos: (1) ração padrão + óleo de soja (OS) e (2) ração padrão + AO. Após o nascimento, os grupos de filhotes foram subdivididos em: (1) Intacto OS; (2) Intacto AO; (3) Separado OS e (4) Separado AO. A SM ocorreu do dia pós-natal 1 ao 10, por 3 horas/dia. No desmame, os filhotes foram randomizados de acordo com o sexo e passaram a receber ração padrão do biotério. A partir de 32 dias de idade, ocorreram os testes comportamentais de campo aberto, corredor alimentar, consumo de alimentos palatáveis após a exposição às novidades, consumo de alimentos palatáveis na caixa moradia e claro/escuro. Na eutanásia, estruturas como núcleo accumbens (NAc) e área tegmental ventral (ATV) foram coletadas para análise de marcadores dopaminérgicos e de estresse. A análise estatística demonstrou que a SM aumentou o consumo de dietas ao longo do tempo em ambos os sexos. Além disso, a SM aumentou o ganho de peso e a eficiência calórica, especialmente nas fêmeas. Em relação ao consumo de alimento palatável nos testes comportamentais, foi visto que animais submetidos à SM e aumentaram o consumo no corredor alimentar e na sua caixa moradia. AO aumentou o consumo de alimento doce antes e após a novidade. Além disso, ambos fatores (SM e AO) aumentaram o consumo de alimento doce no corredor alimentar, mas esses fatores não foram somatórios. Após a exposição à novidade, animais separados e provenientes de mães que receberam AO consumiram mais o alimento palatável. Quanto aos achados bioquímicos, foi visto que os animais separados diminuíram os níveis plasmáticos de triglicerídeos, mas especialmente nas fêmeas esse aumento foi prevenido pelo consumo de AO. Houve também uma interação entre os fatores (sexo, SM e dieta) estudados sobre os níveis plasmáticos de leptina e do imunoconteúdo do receptor tipo 1 do hormônio liberador de corticotropina (CRHR1) na ATV. Nós observamos que os machos submetidos à SM diminuíram os níveis plasmáticos de leptina, e aumentaram o imunoconteúdo de CRHR1, mas o consumo de AO preveniu os efeitos induzidos pela SM. Já as fêmeas apresentaram resultados contrários aos observados nos machos. No entanto, em ambos os sexos, foi observado uma interação entre SM e AO, sugerindo que a SM reduziu o imunoconteúdo do receptor D2 de dopamina no NAc e o consumo de AO preveniu esses efeitos. Os nossos achados demonstraram que a nutrição materna e a SM influenciaram e programaram o controle homeostático e hedônico do comportamento alimentar de forma sexo-específica. A SM contribuiu para disfunções no comportamento alimentar, tornando os animais mais vulneráveis ao consumo de alimentos palatáveis. Já o consumo de AO contribui para contrapor os efeitos induzidos pelo estresse, sugerindo que este tipo de óleo pode modular e, por vezes, atenuar os efeitos da SM. |