A pesquisa e a produção de conhecimento nos institutos federais de educação, ciência e tecnologia no RS : um estudo sobre a iniciação científica com estudantes do ensino médio técnico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Daminelli, Elisa
Orientador(a): Leite, Denise Balarine Cavalheiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/181860
Resumo: O tema abordado nesta tese trata da pesquisa e da produção de conhecimentos nos Institutos Federais a partir da Iniciação Científica com estudantes de Ensino Médio Técnico. Os Institutos Federais, criados em 2008, têm entre suas finalidades e objetivos oferecer educação profissional técnica de nível médio e realizar e estimular as pesquisas aplicadas e a produção de conhecimento voltada às soluções técnicas e tecnológicas. A literatura aponta que a produção de conhecimento tem se modificado ao longo da história. Os novos modos de fazer ciência incluem responsabilidade social e perspectivas heterogêneas. Diversos autores utilizam denominações diferentes para identificar a emergência de novos modos de produção de conhecimento e a perspectiva de uma nova ciência. Para Sousa Santos (2012), trata-se de uma ciência pós-moderna, para Ziman (2000) uma ciência pós-acadêmica, e para Gibbons et al (1994) uma ciência Modo 2. Embora utilizem denominações diferentes, os autores se referem a uma nova forma de produzir conhecimento científico que envolve a transdisciplinaridade, a diversidade organizacional, a heterogeneidade e a aplicabilidade. Trata-se do conhecimento produzido no contexto de aplicação que busca ser socialmente distribuído. Os novos modos de produção do conhecimento afetam a relação entre a sociedade e a ciência, e, com isso, impactam a Educação. Os avanços científicos e tecnológicos da sociedade atual exigem uma educação científica, com uma formação que possibilite a compreensão dos conceitos de ciência e de seus modos de produção, temas desta tese. Desta forma, e a partir da revisão de literatura, realizou-se um levantamento de informações acerca dos dados históricos e documentais da educação profissional no Brasil, e da pesquisa e dos programas de Iniciação Científica nos Institutos Federais do Rio Grande do Sul. O estudo, qualitativo e descritivo, empregou técnicas de análise de documentos e questionários, com a finalidade de compreender em profundidade os processos de produção de conhecimentos e os modos como se faz a Iniciação Científica no Ensino Médio Técnico. Foram elencados como lócus de pesquisa os três Institutos Federais localizados no Rio Grande do Sul: IFFAR, IFRS e IFSUL. A investigação contou com uma amostra selecionada e intencional de 39 docentes e 41 estudantes das três instituições, que responderam a um questionário online versando sobre a produção de conhecimento e a Iniciação Científica. As respostas foram categorizadas e analisadas. A análise foi complementada com dados estatísticos trabalhados em quadros e tabelas. Os resultados obtidos apontam as contribuições da Iniciação Científica para a formação dos estudantes de Ensino Médio Técnico. Mostram o contato inicial dos estudantes com a pesquisa e com a produção de conhecimentos, bem como o aprendizado dos princípios e métodos científicos. A produção de conhecimento nas instituições investigadas, quando comparada à literatura consultada, apresenta características predominantes da ciência Modo 1, agregando alguns aspectos da Ciência Modo 2, indicando uma relação ainda incipiente com os novos modos de produção do conhecimento. Nesse aspecto a Iniciação Científica, com estudantes de Ensino Médio Técnico, se destaca como uma atividade que contribui para a aproximação entre a pesquisa nas instituições analisadas e a perspectiva da ciência Modo 2. Verifica-se que a Iniciação Científica com estudantes de nível médio técnico apresenta limitações, com poucos investimentos no setor, e dificuldades, relacionadas à inexperiência e falta de conhecimento prévio dos estudantes. Conclui-se que a Iniciação Científica com estudantes de nível médio técnico tem contribuído para a produção de conhecimento nos Institutos Federais analisados, e, dessa forma, tem colaborado com o desenvolvimento e a consolidação da pesquisa nessas instituições, porém, ainda pode avançar no contexto da aplicabilidade e da transdisciplinaridade.