O sertão multitextual de Guimarães Rosa : sentido e forma da obra Sagarana e a participação do leitor mediada pelos processos de intertextualidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Raimunda Maria dos
Orientador(a): Araújo, Homero José Vizeu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/268356
Resumo: Sagarana de João Guimarães Rosa compõe-se marcadamente, por estratégia intertextual, apresentando-se cheio de brasilidades e regionalismos, de eruditismos e coloquialidades. Esta tese tem por objetivo analisar os nove contos-novelísticos do livro, a partir da composição do texto e de fatores extraliterários, recuperando o percurso de leitura crítica e organizando aspectos sócio-históricos e composicionais que permitam compreender sentido e forma e a participação do leitor mediada pela estratégia textual, bem como, a noção de regionalismo literário, envolvendo as noções de nacional e universal. Para tanto, cumprem-se os seguintes objetivos específicos: i) apresentar um diálogo entre a Teoria da recepção e os processos textuais; ii) recuperar os estudos dos contos rosianos na perspectiva de entendimento entre Estética da recepção, contexto da forma literária e impacto da obra na história da literatura e; iii) analisar as impressões críticas sobre Sagarana proferidas à época de sua publicação e a relação entre a intertextualidade e a participação do leitor na produção artística e, consequentemente, na atemporalidade da obra literária. Conforme Robert Jauss (1994), ocorre um aferimento do valor estético da obra no ato da leitura, quando o leitor a compara com outras já lidas e percebe haver singularidades. Mikhail Bakhtin (2016) trata da ideia de discurso responsivo em consonância com a ciência do texto. Franco Moretti (2014), Roberto DaMatta (1997) e Walter Benjamin (1994) tratam da forma e estilo relacionados ao contexto de modernidade. Assim, o método de análise é o de busca de respostas em aspectos internos e externos do texto, considerando o contexto sócio-histórico e cultural do leitor, do autor e da obra, o percurso de leitura e a repercussão no pensamento crítico sobre a história da literatura, desde a publicação em 1946. Fundamentando-se na Estética da recepção e na ciência do texto, os resultados apontam que, indo na contramão da crítica estruturalista que entende a obra como autossuficiente e o leitor como figura menor, a proposta de leitura de Sagarana demanda a participação do leitor e, esse é tido como elemento fundamental para perpetuação da obra de arte, pois a reconstrói, dando novo sentido, toda vez que ler.