Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Maria Luísa Gasparini |
Orientador(a): |
Xavier, Ricardo Machado |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/271283
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Resumo: |
Base teórica. A ativação imune na artrite reumatoide (AR) gera uma inflamação sinovial acentuada, levando à ativação de células estromais, como fibroblastos sinoviais (FLS), as quais desenvolvem um fenótipo agressivo e invasivo, participando da degradação articular. Miocinas são moléculas secretadas pelo tecido muscular, podendo agir localmente de maneira autocrina/parácrina, ou endócrina em outros tecidos do corpo. Na AR, há observações de que miocinas, como a miostatina, podem estar envolvidas na fisiopatologia da doença. Foi reportado que miostatina está presente em concentrações maiores na sinóvia de pacientes com AR em comparação com OA. Níveis séricos de miostatina em pacientes com AR já foram associados com a atividade da doença e dano articular. Em contrapartida, na AR, GDF-11 e irisina já demonstraram um efeito protetor na articulação, inibindo a degradação articular. Contudo, mais estudos são necessários para entender o potencial papel dessas miocinas no ambiente articular na AR, visando elucidar seu papel na persistência da resposta inflamatória local e progressivo dano articular. Objetivo. Avaliar a presença de miostatina, GDF-11 e irisina no fluído sinovial (FS) e seu efeito no fenótipo de fibroblastos sinoviais de pacientes com AR. Métodos. Foram incluídos no estudo pacientes com diagnóstico de AR com indicação de artrocentese de joelho. A atividade da doença foi avaliada pelo Índice de Atividade Clínica da Doença (CDAI). A avaliação dos níveis séricos e no fluído sinovial (FS) de miostatina, GDF-11 e irisina foi realizada por ELISA. Os FLS foram isolados do FS dos pacientes, e foram feitos os ensaios de viabilidade celular, capacidade de migração e a invasão tecidual na presença e ausência de miostatina, GDF-11 e irisina. Resultados. Foram mensurados os níveis de miocinas no LS e no soro dos pacientes: miostatina [FS: mediana-intervalo interquartil: 31,30 pg/ml (31,30-181,8); soro: 817,2 pg/ml (334,3-994,7)], GDF11 [FS: 31,30 pg/ml (31,30-88,13); soro: 347,50 pg/ml (31,30-1818,00)] e irisina [FS: 9,51 pg/ml (8,89- 16,68); soro: 14,05 pg/ml (12,47 -14,96)]. O tratamento com diferentes doses de miostatina, GDF11 e irisina não interferiu na viabilidade celular do FLS quando comparado ao controle. Na migração, na dose de 20nM foi observada uma tendência de aumento no tratamento de miostatina. Além disso, a estimulação com uma dose mais baixa de miostatina e GDF-11 diminuiu a invasão do FLS em 16% e 18% respectivamente. Em doses mais altas, a miostatina e a irisina diminuíram a capacidade de invasão em 10 %, e GDF-11 em 14% quando comparado ao controle. Conclusão. Este é o primeiro estudo a avaliar os níveis sinoviais e séricos de miocinas em pacientes com AR. Além disso, este é o primeiro estudo a analisar o efeito direto destas moléculas no fenótipo dos FLS de paciente com AR. A miostatina pareceu aumentar a capacidade de migração, mas diminuiu o fenótipo de invasividade. Por outro lado, GDF-11 e irisina foram observados no fluído sinovial e apresentaram resultados protetores, reduzindo a capacidade invasiva do FLS. Considerando a demonstração de miocinas na cavidade articular e ação sobre os FLS, nossos resultados apontam para um potencial papel na fisiopatologia da AR e de interação com o tecido muscular esquelético. |