Avaliação in vitro do potencial terapêutico do extrato da fasciola hepatica em fibroblastos sinoviais de pacientes com artrite reumatoide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dalmolin, Suelen Pizzolatto
Orientador(a): Xavier, Ricardo Machado
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/207455
Resumo: Introdução: A atrite reumatoide (AR) é uma doença crônica autoimune que afeta principalmente as articulações. Os fibroblastos sinoviais (FLS) são as principais células estromais da sinóvia articular, e apresentam estão envolvidos na degradação da cartilagem e na erosão óssea. Não há cura médica ou cirúrgica conhecida para a AR e as opções terapêuticas atuais não são efetivas na manutenção e indução da remissão da doença. Por essa razão, moléculas com ação anti-inflamatória e imunomoduladora estão sendo estudadas a partir de extratos de helmintos. A Fasciola hepatica (F. hepatica) é um helminto que libera produtos excretores-secretores através de seu tegumento que contêm componentes imunomoduladores capazes de suprimir a resposta imune Th1 e a produção de citocinas inflamatórias. Objetivo: Avaliar in vitro o potencial terapêutico do extrato de F. hepatica em FLS de pacientes com AR. Materiais e métodos: Primeiramente, os FLS foram isolados do líquido sinovial de pacientes com AR, cultivados, e caracterizados para os marcadores fenotípicos CD55, CD90 e CD68. Após, os FLS foram expostos a diferentes concentrações do extrato de F. hepatica (60 μg/ml, 80 μg/ml e 100 μg/ml) e analisados após 24 h, 48 h e 72 h pelo ensaio de proliferação celular (MTT). O efeito do extrato também foi avaliado através do índice de morfometria nuclear (NMI), ensaio de apoptose, aderência celular, invasão e migração e produção de TNF-α. As análises estatísticas foram realizadas por ANOVA ou teste T e p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados: O extrato de F. hepatica reduziu a proliferação celular dos FLS na concentração de 100 μg/ml após 48 h (83,8 % ± 5,0 extrato vs 100,0 % ± 00 controle; p < 0,05), e nas concentrações de 80 μg/mL (88,4 % ± 3,0 extrato vs 100,0 % ± 0,0 controle; p < 0,05) e 100 μg/ml (89,8 % ± 3,8 extrato vs 100,0 % ± 0,0 controle; p < 0,05) após 72 h, quando comparado ao grupo controle sem tratamento. Baseado nesses resultados, a dose de 100 μg/ml no tempo de 48 h foi escolhida para os testes seguintes. O tratamento com o extrato de F. hepatica não afetou parâmetros de NMI nem induziu apoptose ou morte celular nos FLS. Por outro lado, o extrato demonstrou redução da capacidade de aderência dos FLS (92,0 células ± 5,8 extrato vs 116,3 células ± 7,9 controle; p < 0,05), do potencial migratório (69,5 % ± 17,6 extrato vs 100,0 % controle; p < 0,05) e da invasão celular (80,3 % ± 3,9 extrato vs 100,0 % controle; p < 0,05). Além disso, houve uma tendência na redução dos níveis de TNF-α após o tratamento com o extrato. Conclusão: Em conjunto, nossos resultados apontam o extrato de F. hepatica como uma potencial estratégia terapêutica para AR, devido à sua capacidade de reduzir o perfil agressivo e invasivo dos FLS, sem induzir apoptose ou morte celular. Análises adicionais in vitro e estudos in vivo em modelos experimentais de artrite são necessárias para uma melhor compreensão dos mecanismos do efeito do extrato da F. hepatica e de seus diferentes componentes nos FLS.