Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Dantas, Luísa Maria Silva |
Orientador(a): |
Eckert, Cornelia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/156334
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Resumo: |
A proposta desta tese é estudar o trabalho doméstico remunerado e/ou realizado na casa de terceiros como um objeto temporal. Por meio de uma etnografia da duração (Eckert e Rocha, 2013), pautada no tempo plural e lacunar, junto à imaginação criativa, priorizamos as narrativas biográficas e trajetórias sociais de trabalhadoras domésticas, mas também imagens relativas ao trabalho advindas de outros suportes como fotografias, vídeos, reportagens e relatos de empregadores que constituem o jogo de memórias das entrevistadas e da própria pesquisadora. Durante o processo de proposição e efetivação da pesquisa (2012 a 2016), ocorreram mudanças impactantes no que diz respeito a regulamentação do trabalho doméstico no Brasil, mas também no quadro mais global a partir da Convenção 189 e da Recomendação 201 da Organização Internacional do Trabalho – OIT (2011). Em 2012 foi aprovada a Proposta de Emenda Constitucional 66, mas conhecida como a “PEC das Domésticas”, seguida da Emenda Constitucional 72/2013, até a Lei Complementar 150/2015 e a ratificação da convenção pela presidenta Dilma Rousseff em abril de 2016. Estes dispositivos visam equiparar os direitos das domésticas com os demais trabalhadores urbanos, além de garantir um trabalho decente para a categoria, incluindo estabilidade, segurança e organização sindical Contudo, além de transformações nos empregos, as novas regulamentações têm causado conflitos e estranhamentos nas relações que envolvem este trabalho bastante frequente e observado no Brasil, pelo menos, desde o regime escravocrata. Dentre os argumentos mais alardeados na mídia e contrário aos novos direitos está a ameaça de que devido ao maior custo: As domésticas vão acabar! Posto que os patrões não teriam condições de pagar os serviços e as trabalhadoras não encontrariam outro emprego causando um grande problema social. Discutindo as configurações do emprego doméstico em três cidades brasileiras: Belém/PA, Porto Alegre/RS e Salvador/BA, a partir de diferentes ângulos e dimensões através de uma etnografia multi-situada, em tempos e espaços distintos, salientamos os argumentos contrários e favoráveis a tal assertiva, levando em consideração a interseccionalidade de raça, gênero e classe que engendram este trabalho, ancoradas no racismo estrutural que sustenta e dá sentido a presença do trabalho doméstico remunerado e/ou realizado na casa de terceiros na contemporaneidade brasileira. |