Há 500 anos na linha de frente: reflexões sobre mulheres trabalhadoras domésticas negras na cidade de Pelotas/RS em um contexto de pandemia
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Catolica de Pelotas
Centro de Ciencias Sociais e Tecnologicas Brasil UCPel Programa de Pos-Graduacao em Politica Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/jspui/983 |
Resumo: | A presente dissertação analisa a desigualdade social vivenciada por mulheres negras trabalhadoras domésticas na cidade de Pelotas/RS, partindo da seguinte pergunta: como as mulheres negras trabalhadoras domésticas na cidade de Pelotas/RS vivenciaram o período da pandemia da COVID-19? Ao longo dos capítulos, o trabalho doméstico é identificado e caracterizado como cuidado e, ainda, como herança do processo de escravização brasileira. Dessa maneira, é apresentada uma fundamentação teórica sobre as categorias: pandemia COVID-19, trabalho doméstico, interseccionalidade e mulher negra. Assim, realiza-se um estudo sobre raça, gênero e classe, demonstrando como foi cotidiano das mulheres que vivenciam a subordinação do trabalhado doméstico, tornando-se, durante o período da pandemia da COVID-19, as principais vítimas de uma sociedade que já vinha colocando-as no nó da desigualdade. Dessa forma, foi realizada uma investigação e análise para desvelar consequências da pandemia no cotidiano dessas trabalhadoras, bem como identificar as discriminações, opressões, explorações e vivências. Pensou-se, também, trazer para o diálogo as manifestações de solidariedade experimentadas durante a pandemia, e evidenciar o efeito da interseccionalidade de classe, gênero e raça na vida de mulheres trabalhadoras domésticas negras. No que se refere à pesquisa, é eminentemente qualitativa, tendo como meio principal a história oral, obtida por meio de entrevistas com questões abertas e fechadas com cinco trabalhadoras domésticas, para descobrir as consequências da pandemia no seu cotidiano e identificar quais os enfrentamentos realizados durante a COVID-19, as quais foram analisadas pelo método crítico dialético. Dessa maneira, identificou-se que as mulheres negras trabalhadoras domésticas estão inseridas no mundo do trabalho de forma precoce e precarizada. Elas são atravessadas pelo mito da democracia racial, naturalizando discriminações pela cor da pele, e percebendo os efeitos decorrentes da exploração do trabalho. Isto é, para elas, a classe é categoria superior à raça nas determinações do cotidiano. E o contexto pandêmico agravou os custos e a penalidade sobre essas mulheres. |