A mãe na dobradiça : a função educativa da maternidade em famílias monoparentais femininas contemporâneas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Vitorello, Marcia Aparecida
Orientador(a): Folberg, Maria Nestrovsky
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/71282
Resumo: Esta tese investiga as representações de maternidade em mulheres situadas na configuração monoparental feminina da contemporaneidade, analisando as implicações dessas significações no exercício da maternidade. Aborda as relações entre os significados, as atribuições da maternidade e a cultura, destacando as variações nas significações do ser mãe, atreladas aos deslocamentos dos sentidos do ser mulher, no curso do processo civilizador. Investiga as representações da maternidade para compreender a subjetividade da mulher-mãe na cultura contemporânea e os modos dessa exercer a função educativa no contexto monoparental, entendendo a centralidade do Desejo da Mãe na subjetivação do filho, na transmissão da ordem simbólica e na construção da sua cidadania. A pesquisa foi realizada com cinco mulheres sem cônjuge, com filhos, através de entrevistas semiabertas, sendo esse recurso empregado desde o campo conceitual da Psicanálise. A metodologia adotada foi a da pesquisa psicanalítica, em que o método freudiano de investigação dirigiu a escuta e interpretação das falas dos sujeitos. Para analisar essas falas, foram destacados elementos fundamentais desse grupo cultural, emergentes nos discursos das mulheres: a mãe, o filho e o pai. A base conceitual da Psicanálise sustenta a interpretação dos discursos das mães sobre o tema da maternidade, onde o narcisismo, a feminilidade, o complexo de Édipo e o Desejo de Mãe foram os eixos teóricos interpretativos principais, tomados na análise da subjetividade feminina. Na leitura e compreensão dessa temática, também foi realizado um diálogo com outras disciplinas das Ciências Humanas. A tese indica que os significados da maternidade e os modos de ocupação do lugar parental materno dependem das vivências narcísicas, identificatórias, edípicas e da economia de gozo da mulher, em conjunção com as expectativas culturais sobre parentalidade, filiação e conjugalidade. Em relação a essas questões, o estudo aponta a presença de pontos de tensão nas experiências das mães situadas na dobradiça, isto é, na transição da modernidade para a pós-modernidade. Os relatos permitem dizer que a Função Paterna inscrita na mulher, o pai simbólico da mãe, é o que torna possível a limitação da onipotência materna na configuração monoparental, assim como afirmar ser o pai real um importante agente na regulação da economia libidinal nessas famílias. Este estudo questiona o suposto da emergência de um matriarcado no laço social contemporâneo e o declínio da Função Paterna, assinalando que as mudanças da posição da mulher na cultura não implicam a realização da fantasia da mulher toda. Por outro lado, aponta uma possível mudança na economia pulsional das mulheres, naquilo que concerne ao gozo Outro, na maternidade.