Análise de bioimpedância para avaliação da composição corporal em pacientes com esclerose sistêmica : um estudo transversal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dória, Lucas Denardi
Orientador(a): Chakr, Rafael Mendonça da Silva, Espírito Santo, Rafaela Cavalheiro do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271304
Resumo: Introdução: A esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune com vasculopatia disseminada e fibrose cutânea e/ou visceral. Frequentemente, os doentes com ES sofrem de uma diminuição da massa muscular que conduz à sarcopenia. A análise de bioimpedância elétrica (BIA) é um método validado de avaliação da composição corporal em indivíduos saudáveis, com maior acessibilidade e requisitos mínimos. O nosso objetivo foi comparar a composição corporal (massa gorda, massa livre de gordura e massa muscular) medida pela BIA versus a absorciometria de raios-X dupla energia (DXA) e a prevalência de sarcopenia em pacientes com ES. Métodos: Foram incluídos 100 pacientes com ES conforme o com os critérios American College of Rheumatology/European Alliance of Associations for Rheumatology (ACR/EULAR) de 2013 num hospital público de Porto Alegre - Rio Grande do Sul. Idade (anos), tempo de doença (anos), subtipo de doença (difuso, limitada e sine scleroderma), escore cutâneo de Rodnan modificado (mRSS) e índice de atividade European Scleroderma Trial and Research (EUSTAR) foram avaliados como parâmetros clínicos. Para avaliar a composição corporal (massa gorda (kg), massa livre de gordura (kg) e massa muscular [massa muscular esquelética apendicular (ASM, kg), índice de massa muscular esquelética apendicular (ASMI, kg/m²), ou ASM dividida pelo índice de massa corporal (ASM/IMC)] foram realizadas DXA (HOLOGIC, fambeam 4500A) e a análise de bioimpedância eléctrica (BIA; In Body 370s). A baixa massa muscular e a sarcopenia foram determinadas conforme o Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP2). A concordância entre a BIA e a DXA foi avaliada com a análise de Bland-Altman e o coeficiente de correlação intraclasse e acurácia diagnóstica para baixa massa muscular por meio de análise de curvas ROC (receiver operator characteristic curve). Os dados foram descritos em média (desvio padrão, ±), mediana (intervalo interquartil, IQR) e frequência (%). Uma boa concordância entre dois métodos foi estabelecida em um coeficiente de correlação intraclasse (ICC) acima de 0,800 e o nível de significância foi fixado em p<0,05. Resultados: Foram incluídos 100 doentes com ES (91% do sexo feminino). A média de idade foi de 60,1±11,5 anos e a duração mediana da doença foi de 11,5 (5,0-20,3) anos. Sessenta e um doentes (61%) tinham doença com lesões cutâneas limitadas, 23% cutâneas difusas e 16% sine escleroderma. A mediana do mRSS foi de 4 (2-9) e o índice EUSTAR foi de 1,7 (1,0-3,3). A BIA mostrou um ICC > 0,800 para ASM, ASM/IMC, massa gorda, índice de massa gorda, massa livre de gordura e índice de massa livre de gordura. A área sob a curva (AUC) de ASM apresentou AUC = 0,752 (IC95%: 0,555-0,948, p =0,013), ASMI apresentou AUC = 0,806 (IC95%: 0,626-0,986, p = 0,003] e ASM/IMC apresentou baixa AUC = 0,364 (IC95%: 0,198-0,530, p = 0,085). A detecção de baixa massa muscular por BIA (ASM e ASMI) apresentou uma sensibilidade de 87,50% e uma especificidade de 83,10% quando comparada com a DXA. A população do nosso estudo apresentou uma prevalência de 6% de sarcopenia. Conclusão: O nosso estudo mostrou que a BIA é uma ferramenta válida e útil para avaliar a composição corporal em pacientes com esclerose sistêmica. A avaliação da ASM por BIA mostrou a melhor concordância e acurácia diagnostica. Em pacientes com ES estabelecida, a prevalência de sarcopenia foi de 6%.