Fatores relacionados à sarcopenia em pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Quaresma, Marcus Vinicius Lucio dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-13092022-130746/
Resumo: As terapias antirretrovirais (TARVs) aumentaram a expectativa de vida de pessoas vivendo com HIV (PVHIV). Contudo, os efeitos residuais do HIV e a toxicidade das TARVs parecem prejudicar a integridade do músculo esquelético (ME), deixando as PVHIV mais suscetíveis à sarcopenia. Assim, os objetivos deste estudo foram: (i) compreender os mecanismos fisiopatológicos que explicam o motivo pelo qual PVHIV são mais suscetíveis à sarcopenia; (ii) rastrear entre as PVHIV e que não vivem com HIV (PNVHIV) a prevalência de estar sob risco de sarcopenia, a qualidade de vida relacionada à sarcopenia e os fatores associados; (iii) verificar a prevalência de sarcopenia e dinapenia entre as PVHIV, comparar os componentes da sarcopenia em relação às PNVHIV e verificar os fatores associados aos componentes da sarcopenia; (iv) identificar na literatura científica os estudos que avaliaram o efeito de intervenções nutricionais sobre os parâmetros relacionados ao ME de PVHIV. Assim, quatro artigos foram redigidos para responder cada um dos objetivos descritos acima, incluindo uma revisão narrativa (RN), dois estudos transversais e uma revisão sistemática (RS). Para a RN, estudos pré-clínicos e clínicos foram identificados no MEDLINE/PubMed utilizando as palavras-chave \"HIV\", \"Sarcopenia\" e \"Antirretrovirais\". Nos estudos de delineamento transversal, foram avaliadas PVHIV atendidas no Serviço de Extensão ao Atendimento de Pacientes HIV/AIDS que foram comparadas às PNVHIV. No inquérito virtual foram aplicados o SARC-F e o SarQoL® para identificar a prevalência de estar sob risco de sarcopenia (&ge; 4 pontos) e a qualidade de vida relacionada à sarcopenia (abaixo da mediana do escore geral), respectivamente. No estudo presencial foram avaliados a força de preensão manual (FPM), o índice de massa magra apendicular (IMMA), a velocidade de marcha (VM) e os fatores associados à sarcopenia. Em seguida, foi comparada a prevalência de sarcopenia, dinapenia e obesidade dinapênica entre as PVHIV e PNVHIV. Ambos os estudos foram compostos por homens e mulheres com idade &ge;18 anos, residentes no estado de São Paulo. Finalmente, a RS foi registrada no prospero CRD42019139981 e seguiu os critérios PICOS para condução da busca. Os dados da RN revelaram que fatores como a inflamação sistêmica, desordens metabólicas e disfunção mitocondrial proveniente das TARVs aumentam a chance de PVHIV desenvolverem sarcopenia. O inquérito virtual (n= 344; 45,5±13,1 anos; 211 PVHIV) revelou que 10,43% (95 % IC: 6,6 - 15,4%) e 0,75% (95% IC: 1,90e-4 - 4%) das PVHIV e PNVHIV estão sob risco de sarcopenia, respectivamente. Similar, PVHIV apresentam pior qualidade de vida relacionada à sarcopenia e os problemas com o sono (OR 7,343; 95 % IC: 3,261 - 16,536; p< 0,001) e a obesidade (OR 4.945; 95% IC: 1,597 - 15,304; p= 0.006) são os principais fatores positivamente associados, ao passo que a prática regular de exercícios físicos está associada a melhor qualidade de vida relacionada à sarcopenia (OR 0.173; 95% IC: 0,080 - 0,375; p< 0,001). O estudo presencial (n= 70; 45,5±7,73 anos; n= 35 PVHIV) revelou que PVHIV e PNVHIV não atenderam os critérios para sarcopenia; entretanto, as PVHIV apresentaram menor FPM (-6,68 kg; p= 0,005) comparativamente às PNVHIV. Ainda, a razão massa gorda: massa magra foi o principal fator associado à menor FPM (ß= -15,476; p< 0,001). O IMMA não diferiu entre os grupos (-0,138 kg/m2; p= 0,641). Finalmente, na RS, nenhuma intervenção nutricional proposta entre os estudos promoveu aumento da massa muscular em PVHIV.