Beckett-we : em busca de uma poética do vazio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Brito, Luciana
Orientador(a): Nunes, Silvia Balestreri
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/156626
Resumo: Em Busca de uma Poética do Vazio é uma pesquisa teórico-prática fomentada no Núcleo de Pesquisa Beckett-we – espaço de criação, desconstrução e de transbordamentos criativos a partir do universo de Samuel Beckett. Criado no ano de 2012 em Canoas/RS, o Núcleo dá voz aos aqui chamados esgotados, sujeitos contemporâneos que encontram em Beckett uma possibilidade de diálogo e caos. Os participantes não são atores, nem bailarinos, nem pesquisadores, são PIM: massa de corpos que não aguentam mais, unidos por uma pequena vida – extrato de existência em comum, que transcende as referências culturais, geográficas, étnicas ou históricas – PIM é plural. Este escrito é composto pelas vozes de esgotados, de Beckett, por minha voz, por fluxos de pensamento que me atravessaram durante a pesquisa e pela voz de referências significativas neste estudo: Gilles Deleuze, Suely Rolnik, Peter Pál Pelbart, dentre outros tantos. São analisadas performances criadas durante três anos do Núcleo, a partir dos textos: Todos os que Caem (Beckett - 1957) que se transformou em Eu, Ser Pulsante e Semivivo (2013) e Eleutheria (Beckett - 1947) metamorfoseado em sobre.vida (2015), Ensaio sobre a Liberdade (2014) e inspiração (2014). Buscando fazer um paralelo estrutural com a obra Como É (Beckett, 1961), que se passa em um buraco enlameado, no qual um personagem procura seu parceiro – PIM -, esta pesquisa se propõe a investigar os caminhos que foram inventados durante as práticas, visando se aproximar de uma possível metodologia que se encontra no vazio, buscando constantemente a instabilidade – seja através da tentativa de esvaziamento de referências, no diálogo com os esgotados que são desconhecedores de Beckett ou na renovação constante de PIM. No ato de esvaziar-se e se deixar atravessar pelas vozes e impulsos dos envolvidos, alimentados pelo universo beckettiano, esta dissertação sugere a figura do cartógrafo, desenvolvida por Rolnik, como um possível caminho para a prática criativa no vazio.