Clínica-escola : discussão e desafios na educação superior da saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Saldanha, Olinda Maria de Fátima Lechmann
Orientador(a): Ceccim, Ricardo Burg
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/85182
Resumo: Esta tese surge do meu envolvimento com as políticas públicas de saúde, com a educação superior, com a formação de profissionais de saúde comprometidos com o sentido social do trabalho em saúde e com a participação da formação na consolidação do Sistema Único de Saúde. As diferentes exposições e experimentações como trabalhadora forçaram-me a pensar a educação e a saúde, levando em consideração a força micropolítica da produção de realidades quando estão implicados o acolhimento de pessoas em redes de saúde e a mobilização e participação da sociedade. A tese apresenta um exercício ensaístico do compromisso da universidade com a formação superior em saúde diante da exigência das Diretrizes Curriculares Nacionais de instalar clínicas-escola em cursos que, em teoria, deveriam estar inseridos em serviços do sistema de saúde. A problematização do compromisso da Universidade com a sociedade e com o egresso dos cursos de graduação, na perspectiva das clínicasescola, e como essa condição se ajustaria à sociedade tal como apontam as instâncias de participação, consulta e tomada de decisão junto com a população mostram-se como um desafio necessário. A quais compromissos e interesses a universidade deve responder: gerar recursos financeiros e oferecer “treinamento” técnico para diferentes funções e áreas do conhecimento? Promover a interação entre diferentes saberes, integrar a pesquisa aos conhecimentos e práticas existentes nas comunidades, na construção coletiva de novos conhecimentos? Consideramos que a Universidade deve participar, por meio da própria formação profissional, da composição de cenários nos quais exista a interdisciplinaridade, a multiprofissionalidade do trabalho, a apropriação do sistema de saúde vigente no país e a interação entre universidade e sociedade. A tese procurou desenvolver uma análise de alguns dilemas postos no contexto acadêmico, destacando o compromisso da universidade com a produção de pensamento, de relações sociais, de pertencimento da instituição à sociedade e de uma formação comprometida com o cenário contemporâneo nacional. Estudos científicos nacionais e internacionais apontam esses compromissos, mas revelam também que não temos recursos conceituais, práticos ou históricos que nos deem sustentação para a execução, o que leva à repetição do velho e já naturalizado nos processos de formação: cada área de conhecimento organiza as suas práticas específicas em espaços próprios, desvinculados das redes públicas, do contexto das relações na sociedade e dos modos de vida, em territórios concretos de organização política. Esses modelos de formação também têm contribuído para a manutenção de serviços e clínicas-escola que fortalecem a formação disciplinar como espaço de treinamento de técnicas e procedimentos. A busca por artigos e outras publicações que problematizam essa realidade mostrou que a produção repete o cenário das práticas, com a predominância de estudos que abordam resultados obtidos a partir do uso de técnicas e procedimentos diversos. Por outro lado, este ensaio apresentou uma proposição teórico-prática inovadora na forma de se organizar e implementar uma clínica-escola comprometida com a formação de profissionais de saúde, orientados pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, procurando responder aos compromissos sociais da educação superior com a sociedade.